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Supervisores preocupados com efeitos do Brexit nos bancos

Os modelos de negócio e motores de rendibilidade, o risco de crédito e a própria gestão de risco são os domínios em que a supervisão europeia quer actuar no próximo ano.

Reuters
Diogo Cavaleiro diogocavaleiro@negocios.pt 15 de Dezembro de 2016 às 17:50

Os supervisores europeus estão preocupados com os efeitos do Brexit nas instituições financeiras. A saída do Reino Unido da União Europeia na actividade dos bancos pode ser real e, por isso, exigir uma atenção especial.

 

"Um aspecto adicional em que a supervisão se centrará diz respeito às possíveis repercussões do resultado do referendo do Reino Unido sobre a permanência na UE para as entidades supervisionadas e os respectivos modelos de negócio", indica um comunicado emitido pelo Mecanismo Único de Supervisão (MUS), que agrega o Banco Central Europeu e as autoridades nacionais como o Banco de Portugal.

 

Esta é uma preocupação "adicional" para a análise aos modelos de negócios dos bancos, que é um domínio prioritário de actuação em 2017 do MUS. Outro problema é o ambiente de taxas de juro muito baixas e negativas que continua a pesar nas instituições financeiras, a que se juntam os riscos decorrentes "do surgimento de empresas de tecnologia financeira (FinTech) e da concorrência de entidades parabancárias".

 

A análise dos modelos de negócio e motores de rentabilidade, que inclui esta actuação, é um dos domínios prioritários sobre os quais a supervisão bancária incidirá no próximo ano, a par do risco de crédito (que inclui o peso do crédito malparado) e ainda a gestão de risco.

 

As categorias de risco que têm de ser atacadas na óptica dos supervisores do MUS, liderado por Daniéle Nouy (na foto), prendem-se com os vários "factores significativos impulsionadores" de problemas em instituições financeiras, elencados no comunicado: "o contexto de taxas de juro muito baixas/negativas, os níveis elevados de créditos não produtivos (non-performing loans – NPL) e o fraco crescimento económico nos países da área do euro, as incertezas geopolíticas na União Europeia (UE), as reacções das instituições de crédito e dos mercados à nova regulamentação, uma potencial inversão dos prémios de risco nos mercados financeiros, a situação nas economias emergentes, os desequilíbrios orçamentais na UE, os casos de má conduta de bancos, a evolução dos mercados de crédito imobiliário, a cibercriminalidade e as perturbações nos serviços informáticos, e a concorrência de instituições parabancárias". 

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