Notícia
Supervisora europeia diz que ainda há trabalho a fazer na banca nacional
Danièle Nouy, presidente do conselho de supervisão do BCE, avisa que ainda há um problema no malparado. Em Portugal, vai estar atenta à plataforma criada. E deixa o aviso de que há ainda caminho a fazer pelos bancos portugueses, apesar das melhorias.
11 de Dezembro de 2017 às 10:49
"O sector bancário português não está ainda onde gostaríamos de o ver, mas penso que está a caminho". Quem o diz é a responsável máxima pela supervisão bancária na zona euro. Danièle Nouy, presidente do conselho de supervisão do BCE, em entrevista ao Público, assume que os bancos "tomaram uma série de decisões difíceis e dolorosas", mas que "agora começamos a ver os efeitos positivos destas medidas, mas ainda há esforços a fazer".
A exposição ao crédito malparado é ainda um problema, não apenas na banca portuguesa. Mas Danièle Nouy está atenta à plataforma que está a ser implementada pela CGD, Novo Banco e BCP, embora admita que não a conhece em pormenor. "Mas iremos seguir atentamente a sua evolução, porque precisamos do maior número possível de opções para ajudar os bancos a reduzir o crédito malparado". E esta, acrescenta, "é uma boa ferramenta".
Uma coisa é certa. Para Danièle Nouy é importante que os bancos entrem na próxima crise sem estarem sobrecarregados com o legado da crise anterior. "Porque vai haver uma próxima crise; há sempre uma nova crise. Não sabemos o que irá desencadear, nem quanto terá lugar, mas haverá uma nova crise. E se estivesse tudo na mesma relativamente ao crédito malparado, eu não teria feito o meu trabalho".
A responsável da supervisão garante que está há muito a trabalhar na questão do crédito malparado e garante que já fez saber aos legisladores que este tema não é deve ser uma preocupação apenas dos supervisores. "É para ser tratado por outros intervenientes, a começar pelos legisladores nacionais".
No lado da supervisor garante que foi pedido aos bancos que apresentassem os seus planos para resolver o malparado, planos que seriam avaliados pelos supervisores. "Agora, após muitas reuniões e discussões estamos a enviar cartas aos bancos que têm níveis elevados de crédito malparado para lhes dizer qual foi o resultado das discussões e o que esperamos deles nos próximos 12 meses. E. no próximo ano, recebem uma nova carta com uma avaliação de desempenho". Os resultados? O malparado passou de uma média de 7,7% para 5,5%.
Se isto é em relação ao "stock" de crédito, o BCE lançou, entretanto, uma consulta pública relativamente ao malparado em novos créditos, tendo o objectivo inicial de implementar medidas a 1 de Janeiro de 2018 resvalado face ao elevado número de comentários recebidos, alguns com críticas. A implementação, assume a responsável, será adiada por alguns meses. Mas para a responsável da supervisão o BCE não está a ir além do seu mandato, conforme o Parlamento Europeu já disse. Danièle Nouy garante que se estão a estabalecer pontos de partida para serem implementados caso a caso e banco a banco.
Esta questão do malparado tem outra dimensão. Na opinião de Danièle Nouy, limita as fusões nomeadamente dentro da zona euro, mas "com o crescimento a regressar e com o imenso trabalho que está ser feito ao nível do crédito malparado iremos ver várias fusões, dentro dos países e transfronteiriças".
Em Portugal, esta responsável considera que em alguns bancos "a única solução razoável" era mesmo a entrada de capitais estrangeiros.
A exposição ao crédito malparado é ainda um problema, não apenas na banca portuguesa. Mas Danièle Nouy está atenta à plataforma que está a ser implementada pela CGD, Novo Banco e BCP, embora admita que não a conhece em pormenor. "Mas iremos seguir atentamente a sua evolução, porque precisamos do maior número possível de opções para ajudar os bancos a reduzir o crédito malparado". E esta, acrescenta, "é uma boa ferramenta".
A responsável da supervisão garante que está há muito a trabalhar na questão do crédito malparado e garante que já fez saber aos legisladores que este tema não é deve ser uma preocupação apenas dos supervisores. "É para ser tratado por outros intervenientes, a começar pelos legisladores nacionais".
No lado da supervisor garante que foi pedido aos bancos que apresentassem os seus planos para resolver o malparado, planos que seriam avaliados pelos supervisores. "Agora, após muitas reuniões e discussões estamos a enviar cartas aos bancos que têm níveis elevados de crédito malparado para lhes dizer qual foi o resultado das discussões e o que esperamos deles nos próximos 12 meses. E. no próximo ano, recebem uma nova carta com uma avaliação de desempenho". Os resultados? O malparado passou de uma média de 7,7% para 5,5%.
Se isto é em relação ao "stock" de crédito, o BCE lançou, entretanto, uma consulta pública relativamente ao malparado em novos créditos, tendo o objectivo inicial de implementar medidas a 1 de Janeiro de 2018 resvalado face ao elevado número de comentários recebidos, alguns com críticas. A implementação, assume a responsável, será adiada por alguns meses. Mas para a responsável da supervisão o BCE não está a ir além do seu mandato, conforme o Parlamento Europeu já disse. Danièle Nouy garante que se estão a estabalecer pontos de partida para serem implementados caso a caso e banco a banco.
Esta questão do malparado tem outra dimensão. Na opinião de Danièle Nouy, limita as fusões nomeadamente dentro da zona euro, mas "com o crescimento a regressar e com o imenso trabalho que está ser feito ao nível do crédito malparado iremos ver várias fusões, dentro dos países e transfronteiriças".
Em Portugal, esta responsável considera que em alguns bancos "a única solução razoável" era mesmo a entrada de capitais estrangeiros.