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Suíça vai dar início a investigação ao Credit Suisse sobre caso de espionagem

O regulador financeiro suíço anunciou que vai dar início ao processo, que conduziu ao afastamento do seu antigo CEO, depois do suicídio de Iqbal Khan, o antigo responsável pela gestão de fortunas do banco.

Reuters
02 de Setembro de 2020 às 10:12
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O regulador financeiro da Suíça deu início ao processo contra o banco Credit Suisse depois do escândalo de espionagem que envolveu o seu antigo CEO, Tidjane Thiam.

A Finma, a autoridade federal de vigilância do mercado financeiro, disse que ia perseguir qualquer violação à lei vigente e que ia analisar detalhadamente todos os documentos e provas.

O caso não é novo e levou à demissão de Tidjane Thiam, enquanto líder do banco, apesar de ter tido o apoio dos principais acionistas. Trata-se do polémico caso de espionagem a Iqbal Khan, o antigo responsável pela gestão de fortunas do banco, que levou ao suicídio de um consultor da instituição.

Para perceber a polémica em que o atual CEO está envolvido é preciso recuar mais de um ano para o dia em que Tidjane Thiam decidiu dar uma festa em sua casa, perto do Lago de Zurique. Nesse "cocktail" estava também Iqbal Khan, que liderava a equipa de gestão de fortunas, e que acabou por se envolver numa forte discussão com Thiam, segundo noticiou a imprensa local, na altura. Khan foi demitido em julho do ano passado.

Depois, o UBS - maior rival do Credit Suisse - decidiu contratar Khan para o cargo de vice presidente da unidade de gestão de fortunas mundial. É aí que começa um novo capítulo desta história, que culminou numa morte trágica. A decisão do UBS levou o Credit Suisse a pedir ao responsável pela segurança do banco para começar a observar Khan, com receios de que o gestor tentasse levar clientes e recrutasse ex-funcionários do banco suíço ou mesmo colaboradores que ainda lá trabalhavam e com quem mantinha uma boa relação. 

Mais tarde, o gestor percebeu que estava a ser perseguido e acabou por apresentar queixa, acusando os investigadores de lhe terem tentado tirar o telemóvel que tinha usado para recolher provas. A história ganhou outras dimensões depois de ser revelada pela comunicação social. 

Mas a história não acaba aqui. O consultor que em nome do Credit Suisse contratou a empresa de investigação Investigo foi encontrado morto, com evidências de tentativa de suicídio. 

Este não foi, no entanto, caso único. No final do ano passado, o
 Credit Suisse admitiu que mais um dos seus executivos foi alvo de espionagem dentro do grupo suíço.

Desta vez, o alvo foi Peter Goerke, diretor de recursos humanos do Credit Suisse. Segundo o banco, terá sido o antigo diretor de operações, Pierre-olivier Bouee, que contratou detetives, em fevereiro deste ano, para espiar o seu colega. O banco garante que esta operação foi levada a cabo sem o conhecimento dos restantes executivos, incluindo o presidente Tidjane Thiam.

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