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Solomon vai ser o novo "todo-poderoso" do Goldman. Blankfein sai em Setembro
A substituição já era esperada, mas agora é oficial. O histórico líder do Goldman Sachs vai ser substituído no cargo de CEO por David Solomon, um "disc jockey" em part-time que pode virar a página do banco mais poderoso de Wall Street.
O Goldman Sachs oficializou esta terça-feira que David Solomon vai substituir Lloyd Blankfein no cargo de presidente executivo (CEO) do banco.
Blankfein, CEO do Goldman durante os últimos 12 anos, abandona o cargo a 30 de Setembro e Solomon assume as novas funções a 1 de Outubro.
Esta substituição já era largamente antecipada, uma vez que, em Março deste ano, foi anunciado que Solomon tinha sido promovido a "chief operating officer" do Goldman Sachs e Harvey Schwartz, que até ai partilhava as mesmas funções de Solomon, iria deixar o banco. Antes desta alteração já se sabia que Blankfein estava prestes a deixar funções executivas e que o seu substituto sairia deste par.
Blankfein também vai deixar o cargo de chairman do Goldman no final do ano, sendo que quando estiver na reforma ficará com o lugar de Senior Chairman.
O gestor, de 63 anos, foi nomeado CEO da Goldman em Junho de 2006, o que perfaz um mandato no grupo financeiro de 12 anos, isto depois de Henry Paulson ter deixado o cargo para assumir a posição de secretário do Tesouro dos EUA.
Virar de página
Solomon fez carreira em Wall Street depois de ter liderado a unidade de banca de investimento do Bear Stearns durante uma década. É "disc jockey" em part-time, colecciona vinhos e é um ávido esquiador.
Como o Negócios escreveu a 16 de Março, o homem escolhido para suceder a Lloyd Blankfein rompe com a tradição e pode representar um virar de página no banco.
Solomon, de 56 anos, entrará para uma galeria de nomes sonantes como Henry Paulson, que foi secretário do Tesouro de George W. Bush, ou Robert Rubin, que ocupou o mesmo cargo com Bill Clinton, numa demonstração da polémica "porta-giratória" entre o banco e cargos públicos de grande poder, uma tradição iniciada por Sidney J. Weinberg, antigo assessor de Franklin D. Roosevelt.
Há quem espere até mudanças culturais no banco ícone de Wall Street. Solomon tem procurado reter novos talentos, impondo horários menos violentos e pelo menos um dia de pausa ao fim-de-semana. Tem também advogado uma paridade de género nas novas contratações.
Este anúncio ocorreu no dia em que o Goldman Sachs anunciou os resultados do segundo trimestre, com um crescimento nos lucros de 44% para 2,35 mil milhões de dólares. O lucro por acção foi de 5,98 dólares, ficando bem acima do esperado pelos analistas (4,66 dólares).