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SNQTB lembra que "nenhum trabalhador será obrigado a aceitar" proposta do Novo Banco
O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários acredita que as condições nas rescisões amigáveis no Novo Banco serão em linha com o mercado. Em relação a nova injecção pelo Estado, "nada parece indiciar que os piores cenários", defende o sindicato.
O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) relembra, na sequência do plano de corte de pessoal do Novo Banco, que "nenhum trabalhador será obrigado a aceitar qualquer das soluções que venham a ser propostas".
Em comunicado, o sindicato independente diz-se "especialmente atento a práticas que possam eventualmente consubstanciar situações de assédio moral, conceito este, aliás, recentemente criminalizado". Um tema que, no caso do Novo Banco, teve de ser discutido no Parlamento.
"Será continuado o plano de reformas antecipadas, já iniciado, para os trabalhadores a partir dos 55 anos de idade, conjugando-se este plano com uma dotação para o respectivo fundo de pensões e a atribuição de um prémio para os trabalhadores abrangidos", indica a nota do sindicato presidido por Paulo Marcos.
Também haverá um plano de rescisões por mútuo acordo que, para o SNQTB, deverá ter condições "em linha com as melhores práticas do sector".
Segundo o sindicato, serão encerrados 75 balcões até ao final do ano, começando por uma redução de cerca de 30 agências.
Em relação à decisão da Comissão Europeia, que considera que a venda de 75% do Novo Banco à Lone Star cumpre as regras europeias mas em que revela dados adicionais em torno do banco, o sindicato comenta que "nada parece indiciar que os piores cenários venham a concretizar-se, designadamente o facto de o Estado português ver-se obrigado a injectar mais capital na Instituição por ausência de investidores e accionistas privados".
A Comissão Europeia, através da Direcção-Geral da Concorrência, revelou que o Estado português assumiu vir a proceder a uma injecção de capital adicional no Novo Banco caso os rácios fiquem aquém do exigido pelo Banco Central Europeu e caso não haja uma solução privada para compensar essas necessidades de capital. Uma injecção que vai além dos 3,9 mil milhões de euros usados na capitalização do Novo Banco e dos 3,89 mil milhões que podem ser usados no âmbito do mecanismo de capitalização contingente.
"O Novo Banco constitui um exemplo notável de recuperação e resiliência e a sua actividade comercial, bem como os seus resultados operacionais, continuam a progredir, ganhando quota de mercado e recuperando eficácia e eficiência, algo que não tem sido devidamente realçado", defende o SNQTB na nota, dizendo que os "alegados prejuízos da Instituição resultam da herança de práticas do antigo GES, em tudo alheias ao esforço do trabalho diário dos quadros e técnicos bancários do banco".
No relatório ontem publicado, Bruxelas revela que detectou deficiências no reporte de crédito da instituição financeira também após a resolução, portanto já no Novo Banco.
O banco presidido por António Ramalho deverá apresentar prejuízos entre 1,6 e 1,8 mil milhões de euros relativos a 2017, devido à constituição de imparidades para crédito. Os números deverão ser divulgados mais perto do final de Março.