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SNQTB lembra que "nenhum trabalhador será obrigado a aceitar" proposta do Novo Banco

O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários acredita que as condições nas rescisões amigáveis no Novo Banco serão em linha com o mercado. Em relação a nova injecção pelo Estado, "nada parece indiciar que os piores cenários", defende o sindicato.

Miguel Baltazar
07 de Março de 2018 às 14:59
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O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) relembra, na sequência do plano de corte de pessoal do Novo Banco, que "nenhum trabalhador será obrigado a aceitar qualquer das soluções que venham a ser propostas".

Em comunicado, o sindicato independente diz-se "especialmente atento a práticas que possam eventualmente consubstanciar situações de assédio moral, conceito este, aliás, recentemente criminalizado". Um tema que, no caso do Novo Banco, teve de ser discutido no Parlamento.

Depois dos cortes que tem vindo a fazer, o Novo Banco vai avançar com reduções adicionais de pessoal e de balcões, que visam afectar cerca de 400 trabalhadores.

 

"Será continuado o plano de reformas antecipadas, já iniciado, para os trabalhadores a partir dos 55 anos de idade, conjugando-se este plano com uma dotação para o respectivo fundo de pensões e a atribuição de um prémio para os trabalhadores abrangidos", indica a nota do sindicato presidido por Paulo Marcos.

 

Também haverá um plano de rescisões por mútuo acordo que, para o SNQTB, deverá ter condições "em linha com as melhores práticas do sector".

 

Segundo o sindicato, serão encerrados 75 balcões até ao final do ano, começando por uma redução de cerca de 30 agências.

 

Em relação à decisão da Comissão Europeia, que considera que a venda de 75% do Novo Banco à Lone Star cumpre as regras europeias mas em que revela dados adicionais em torno do banco, o sindicato comenta que "nada parece indiciar que os piores cenários venham a concretizar-se, designadamente o facto de o Estado português ver-se obrigado a injectar mais capital na Instituição por ausência de investidores e accionistas privados".

 

A Comissão Europeia, através da Direcção-Geral da Concorrência, revelou que o Estado português assumiu vir a proceder a uma injecção de capital adicional no Novo Banco caso os rácios fiquem aquém do exigido pelo Banco Central Europeu e caso não haja uma solução privada para compensar essas necessidades de capital. Uma injecção que vai além dos 3,9 mil milhões de euros usados na capitalização do Novo Banco e dos 3,89 mil milhões que podem ser usados no âmbito do mecanismo de capitalização contingente.

 

"O Novo Banco constitui um exemplo notável de recuperação e resiliência e a sua actividade comercial, bem como os seus resultados operacionais, continuam a progredir, ganhando quota de mercado e recuperando eficácia e eficiência, algo que não tem sido devidamente realçado", defende o SNQTB na nota, dizendo que os "alegados prejuízos da Instituição resultam da herança de práticas do antigo GES, em tudo alheias ao esforço do trabalho diário dos quadros e técnicos bancários do banco".

 

No relatório ontem publicado, Bruxelas revela que detectou deficiências no reporte de crédito da instituição financeira também após a resolução, portanto já no Novo Banco.

O banco presidido por António Ramalho deverá apresentar prejuízos entre 1,6 e 1,8 mil milhões de euros relativos a 2017, devido à constituição de imparidades para crédito. Os números deverão ser divulgados mais perto do final de Março. 

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