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Sindicatos preocupados com reestruturação do Popular em Portugal
O Banco Popular não adianta aos sindicatos novidades sobre o que poderá acontecer na actividade doméstica. Em Espanha, a redução de pessoal afectou 2.592 funcionários.
Os sindicatos da banca estão preocupados com os efeitos da reestruturação do Banco Popular em Portugal. Já se realizaram várias reuniões com a administração da instituição financeira mas, para já, ainda não há números. "Poderá ter implicações no banco em Portugal, mas desconhece-se em que medida" é o que o banco tem dito desde Setembro.
"É já do domínio público que o Banco Popular encetou um forte processo de reestruturação em Espanha, de que vai resultar o encerramento de centenas de agências e redução de milhares de efectivos, através de reformas antecipadas e rescisões amigáveis. Embora a casa-mãe ainda não tenha definido completamente o modelo a aplicar em Portugal, é muito provável que no essencial não seja muito diferente do seguido em Espanha", aponta um comunicado do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB).
Neste momento, a administração de Carlos Álvares não tem ainda nada a dizer aos trabalhadores. Essa tem sido, aliás, a mensagem a transmitir aos jornalistas já que ainda não estão definidos os moldes e a forma como poderá haver uma reestruturação da operação do Popular em Portugal. A actividade do banco contava com 165 agências e 1.159 trabalhadores no final de Junho.
Em Espanha, o grupo, que apresentou uma quebra de 66% dos lucros para 94,3 milhões de euros, reduziu 5.592 postos de trabalho.
"Face à reestruturação que está a ser levada a cabo pelo Banco Popular em Espanha, a Direcção do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas foi recebida [a 24 de Outubro] pela administração do banco", sublinha o SBSI, indicando que Carlos Álvares indicou que "caso a situação evolua, existe o compromisso de a administração do Banco Popular voltar a reunir com o SBSI no sentido de dar a conhecer todos os detalhes de uma eventual reestruturação".
O Sindicato dos Bancários do Norte, que à semelhança do SBSI pertence à federação Febase, ainda não teve qualquer encontro com a administração do banco que, a par do Santander Totta, esteve na corrida pelo Banif.
Reestruturação tem sido uma palavra frequente no sector bancário e em Portugal não tem sido excepção. Programas de rescisões amigáveis, saídas naturais, reformas e pré-reformas têm sido as formas encontradas para as saídas de trabalhadores. Também já houve processos de despedimento colectivo, de que o BBVA Portugal foi o primeiro exemplo.