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Sindicato do Sul e Ilhas apoia plano de remunerações faseadas proposto pelo BCP

  O Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI) vai manifestar-se hoje na assembleia-geral do BCP a favor do plano de devolução faseada dos salários cortados entre 2014 e 2017, disse o seu presidente à Lusa.

Bruno Simão/Negócios
22 de Maio de 2019 às 08:34
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"O nosso motivo para lá estar é sensibilizar os acionistas para que seja aprovado o plano que vai ser apresentado pela comissão executiva [do banco], no sentido dos trabalhadores que tiveram retenções salariais serem recompensados por essas perdas", disse o presidente do SBSI, Rui Riso, à Lusa.

 

O ponto dois da assembleia-geral do BCP é relativo à distribuição de lucros pelos acionistas e devolução de parte dos cortes salariais que os trabalhadores sofreram entre 2014 e 2017, que o banco propõe que seja feito de forma faseada.

 

"Aquilo que está em discussão é ser ou não aprovado este plano, e defendermos outra coisa que não o que vai à discussão é inviabilizarmos que os trabalhadores comecem desde já a receber as compensações", salienta Rui Riso.

 

"Defender uma coisa que não vai à assembleia-geral é adiar esta decisão não sabemos para quando", reforçou o responsável, lembrando que os acionistas "também estiveram sem receber dividendos".

 

Na terça-feira, fonte do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) indicou à Lusa que a estrutura se vai abster no ponto dois, "num claro sinal de discórdia" face à devolução faseada e não por inteiro.

 

O presidente do SBSI, que também é deputado do PS, considerou que "a normalidade salarial foi recuperada em 2017, seis meses antes do que estava previsto", e disse que "também estava previsto no acordo" de 2014 a existência de "uma compensação aos trabalhadores que tiveram ordenados reduzidos".

 

O SBSI não tem representação acionista na assembleia-geral do BCP, e por isso não poderá votar.

 

Em 09 de maio, na conferência de imprensa de apresentação de resultados do primeiro trimestre, o presidente executivo do banco, Miguel Maya, disse que a proposta de compensação aos trabalhadores é "mais generosa" do que a proposta de dividendos aos acionistas.

 

"Na proposta de dividendo aos acionistas 'versus' a proposta de compensação aos trabalhadores, é mais generosa a compensação aos trabalhadores", disse Maya, justificando que aos acionistas a administração está a propor a distribuição de cerca de 30 milhões de euros, o que é um dividendo correspondente a cerca de 10% do resultado de 2018 (uma vez que foram de cerca de 300 milhões de euros), enquanto para os trabalhadores está a propor 12,6 milhões de euros.

 

O valor a distribuir aos funcionários é equivalente a um terço do valor total a devolver e, se for aprovado, será pago com os salários de junho. Será a comissão executiva a decidir o valor concreto a pagar a cada funcionário.

 

Esta reunião magna será ainda marcada por uma manifestação de bancários, organizada por Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), Sindicato Independente da Banca (SIB) e Sindicato dos Bancários do Norte (SBN).

 

Em causa está aquilo que dizem ser a "estagnação" dos salários no BCP e o impasse nas negociações relativas à revisão do Acordo Coletivo de Trabalho do banco.

 

O BCP tinha 7.262 trabalhadores em Portugal no final de março.

 

O grupo chinês Fosun é o maior acionista do banco, com cerca de 27% do capital social, seguindo-se a petrolífera angolana Sonangol com 19%. O fundo de investimento Blackrock tinha, em final de 2018, cerca de 2,8% e o grupo EDP 2,11%.

 

A assembleia-geral realiza-se às 14h30, no Tagus Park, em Oeiras.

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