Notícia
Sindicato diz que Caixa "está a ser usado para objectivos de poder"
A campanha que está a ser feita sobre a CGD, segundo o sindicato, está "a afectar a imagem" do grupo financeiro, a "provocar intranquilidade", nos clientes e nos trabalhadores, e a "prejudicar o seu funcionamento".
O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD) lamentou hoje que o banco esteja a ser usado "para objectivos de poder", lembrando ser "um imperativo nacional" parar com a escalada de opiniões, comentários e especulações.
Numa carta aberta aos órgãos de poder político e à comunicação social, o sindicato afirma entender que é necessário pôr "um fim definitivo na campanha sobre a CGD, pelas evidentes e graves consequências que a mesma já provocou na imagem e credibilidade da instituição".
O sindicato considera ainda um "espectáculo lamentável" o que se passou na Assembleia da República na terça-feira, com "um partido a votar contra a recapitalização da CGD [o PSD] e outro a decidir abster-se sobre essa questão [CDS-PP]".
Esta posição "é bem reveladora da irresponsabilidade a que as coisas chegaram e destes 'aprendizes de feiticeiro'", que "primeiro as provocaram" e que "agora as estão a alimentar".
Para o sindicado, trata-se de "um crime o que estão a fazer à Caixa!".
A campanha que está a ser feita sobre a CGD, segundo o sindicato, está "a afectar a imagem" do grupo financeiro, a "provocar intranquilidade", nos clientes e nos trabalhadores, e a "prejudicar o seu funcionamento".
No domingo à noite, o Ministério das Finanças anunciou que o presidente do Conselho de Administração da CGD, António Domingues, apresentou a demissão do cargo, decisão em que foi acompanhado por mais seis administradores.
Nas últimas cinco semanas, foi motivo de polémica a recusa da entrega da declaração de rendimentos e património por parte daqueles responsáveis pelo banco público, bem como a eventualidade de Domingues estar na posse de informação privilegiada, enquanto funcionário do concorrente BPI, quando participou, como convidado, em três reuniões com a Comissão Europeia para debater a recapitalização da CGD.
Na terça-feira, por sua vez, a agência de notação financeira DBRS colocou os 'ratings' da CGD e das suas subsidiárias em revisão com "implicações negativas", devido ao aumento de vários riscos, entre os quais, ao nível da governação.
"A revisão dos 'ratings' reflecte os crescentes riscos que o grupo está a enfrentar em relação às questões de 'corportate governance' [governação], à recapitalização planeada, e às dificuldades em melhorar a sua rentabilidade e a qualidade dos activos", justificou a agência de 'rating' canadiana.