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Série de escândalos gera onda de contratações em bancos europeus

Os combalidos bancos da Europa estão a contratar de novo, mas não no setor bancário.

Bloomberg
18 de Fevereiro de 2019 às 21:18
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Num ano marcado por escândalos prejudiciais de lavagem de dinheiro e fuga aos impostos, as instituições financeiras adicionaram milhares de funcionários a unidades criadas para combater crimes financeiros e demitiram noutras áreas.

 

No Danske Bank, o banco que protagonizou o maior escândalo, o número de funcionários de "compliance" aumentou em cerca de 600 pessoas. O ABN Amro Group ainda está à procura de mais 400 e o Rabobank quer contratar mais 250.

 

Os bancos estão a fazer de tudo para restaurarem as suas reputações - e as suas posições junto dos órgãos reguladores - depois de revelações sobre uma enorme operação de lavagem de dinheiro numa pequena agência do Danske, uma ruga à sede do Deutsche Bank que estava vinculado aos Panama Papers e um crescente esquema de evasão fiscal na Alemanha, só para citar apenas alguns casos.

 

O Deutsche Bank, que também estava envolvido no caso do Danske, tinha acabado de pagar multas de milhares de milhões de dólares por má conduta no passado quando as novas revelações abalaram o preço das suas ações e afastaram ainda mais clientes.

 

O ano passado insuflou "um novo senso de consciencialização entre os bancos, os órgãos supervisores e o público em geral", disse numa entrevista recente Thorsten Poetzsch, que supervisiona as iniciativas de combate à lavagem de dinheiro da autoridade alemã de supervisão financeira Bafin. "Os bancos percebem que a lavagem de dinheiro não é apenas uma questão de custo e que ela pode ameaçar a sua própria existência", sublinhou.

 

A maneira como os bancos estão a lidar com escândalos de lavagem de dinheiro foi um assunto muito comentado nas apresentações de resultados do quarto trimestre. Os custos associados à recuperação têm afetado os lucros e os bancos, inclusive o ABN Amro e o Rabobank, afirmaram que o recrutamento continuará a elevar as despesas este ano.

 

Os órgãos reguladores financeiros europeus também estão a intensificar a pressão. Tendo dedicado recursos limitados à questão no passado, órgãos como o Banco Central Europeu, a Bafin e o Banco Central Holandês estão a pedir aos bancos que se empenhem mais. Os responsáveis por este tipo de políticas afirmam que a regulamentação fragmentária na Europa é um problema e querem que a UE crie uma agência única para lidar com isso.

 

As contratações dos bancos estão no topo dos investimentos em tecnologia para evitar crimes financeiros.

 

O Deutsche Bank gastou 300 milhões de euros em medidas desse tipo desde 2015, comentou recentemente o chefe da área jurídica, Karl von Rohr. Já o Danske planeia gastar cerca de 270 milhões de euros nos próximos três anos, informou a instituição no início deste mês.

 

Ambas as instituições esperam que a tecnologia ajude a reduzir a necessidade de equipas humanas de "compliance" a longo prazo.

 

Os problemas no setor financeiro europeu começaram no início do ano passado, quando dois bancos do Báltico foram fechados devido a preocupações relativas à lavagem de dinheiro.

 

A situação contagiou o centro da Europa no segundo trimestre, quando o maior banco da Dinamarca foi afetado, e explodiu como uma grande questão europeia no quarto trimestre, quando vários bancos de grande dimensão divulgaram problemas de lavagem de dinheiro. Os órgãos reguladores europeus, desde então, intensificaram o controlo sobre o setor.

(Peça original com o título Scandal after scandal spurs hiring boom at large European banks)

 

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