O Santander Totta verificou uma subida de praticamente 19% das comissões líquidas nos primeiros nove meses do ano. O jornal Público diz hoje que os seus clientes que transitaram aquando da compra do Banif sofreram um agravamento dos custos que têm com as suas contas.

As comissões líquidas do banco alcançaram 237,6 milhões de euros até Setembro, 18,6% acima do verificado um ano antes, indica o comunicado de imprensa divulgado na quarta-feira pelo banco. É o montante mais elevado dos últimos dois anos.

O valor contrasta com aquela que tem sido a evolução desta rubrica nos restantes bancos. O BPI, que já divulgou contas dos primeiros nove meses, registou um deslize nas comissões cobradas. Os bancos que ainda não revelaram os resultados até Setembro, BCP e CGD, marcaram quedas nas comissões, no primeiro semestre.

Questionado na conferência de imprensa de quarta-feira, António Vieira Monteiro relembrou que as comissões são uma forma de compensar a forte quebra dos juros, que dão menos rentabilidade nos créditos concedidos. "Cobramos as comissões normais. Temos uma política rigorosa nesse campo e resultados positivos nessa área", adiantou. 

No relatório e contas dos nove meses, o Santander Totta não faz nenhuma referência especial às comissões, dizendo que cresceram 18,6% em termos homólogos e acrescentando que unicamente, no terceiro trimestre, o avanço foi de 7,4%. No primeiro semestre, a subida da rubrica já então verificada devia-se à"melhoria das comissões de gestão e manutenção de contas, de seguros e da actividade adquirida ao ex-Banif".

Esta quinta-feira, o jornal Público escreve que os clientes do Banif, que passaram para o Santander Totta a 20 de Dezembro de 2015 devido à resolução aplicada pelo Banco de Portugal, foram surpreendidos com aumentos das comissões, resultado da uniformização dos preçários entre os clientes dos dois bancos, alguns dos casos sem que tais custos estivessem previstos nos contratos iniciais. 

A harmonização dos sistemas do Banif e do Totta ficou concluída em Outubro e foi no âmbito da mesma que houve a "alteração de condições em alguns produtos, sempre que o contrato o permitisse", disse o banco ao Público. 

O período pós-Banif tem sido positivo para os resultados do Santander Totta. Conforme o Negócios dá hoje conta, a subida de 66,2% levou os lucros aos 293,7 milhões de euros, o valor mais elevado na presidência de António Vieira Monteiro. A margem financeira subiu ao ritmo mais elevado dos últimos anos, também.