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Rio critica "lata" de Salgado por culpar Passos na falência do BES
O presidente do PSD saiu em defesa do antecessor no partido depois da contestação apresentada pelo ex-banqueiro no Tribunal do Comércio. O Banco de Portugal também é visado por Ricardo Salgado.
Rui Rio não gostou de ler a acusação feita por Ricardo Salgado a Pedro Passos Coelho sobre a contribuição do antigo primeiro-ministro para o colapso do Banco Espírito Santo (BES), acusando o ex-banqueiro de "ter lata" para avançar com estas alegações em tribunal, visando o seu antecessor no cargo.
Numa reação através da rede social Twitter, o presidente do PSD contrapôs que a queda do banco se terá ficado a dever, ao invés, "ao facto de outros não terem feito antes – a tempo e horas – o que Pedro Passos Coelho fez" no início do verão de 2014.
É preciso ter lata. Não será ao contrário? O afundamento do BES, não se deverá precisamente ao facto de outros não terem feito antes - a tempo e horas - o que Pedro Passos Coelho fez?https://t.co/XjTdztEetF
— Rui Rio (@RuiRioPSD) February 24, 2019
Como o CM noticiou no domingo, 24 de fevereiro, na contestação à falência culposa do BES, que tem cerca de 700 páginas, acompanhadas por um conjunto de 365 documentos, Ricardo Salgado alega que Pedro Passos Coelho fez declarações, como primeiro-ministro, que aumentaram a queda das ações e a fuga de capitais do BES.
"Em 24 de junho de 2014, o senhor primeiro-ministro proferiu declarações públicas no sentido de que a questão da capitalização do Grupo Espírito Santo era um problema, exclusivamente, deste grupo (porque constituíam ‘problemas da área não financeira’) e, ainda, que não teria informação que o levasse a ‘temer instabilidade no setor financeiro’", lê-se na petição inicial, em que diz que esta intervenção teve "consequências negativas sobre o BES".
Na contestação entregue no Tribunal do Comércio, Ricardo Salgado volta a recusar responsabilidades nos créditos ruinosos concedidos às empresas do GES por parte do banco que liderou durante mais de duas décadas, apontando também baterias ao Banco de Portugal. E numa iniciativa que ameaça entupir o processo, pediu ao juiz para suspender a insolvência até os tribunais administrativos informarem quantos processos existem contra o regulador devido à aplicação da medida de resolução.