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Reino Unido pondera proibir que auditores também ofereçam consultoria
O regulador da contabilidade britânico está a avaliar a possibilidade de proibir que as empresas responsáveis pela auditoria de determinadas firmas possam acumular essa responsabilidade com a de prestar serviços de consultoria. Esta medida pode retirar às "big four"mais de mil milhões em receitas.
O Conselho de Relatórios Financeiros (FRC), o regulador da contabilidade no Reino Unido, lançou um processo consultivo para aumentar a confiança dos investidores nas contas das cotadas, o que poderá levar ao impedimento de que as auditoras vendam outro tipo de serviços às empresas que estão sobre o seu escrutínio, avança o Expansión.
"A confiança do público nas auditorias depende da confiança na independência do auditor. O FRC vai examinar a eficácia das actuais regras sobre independência. Esta revisão incluirá determinar se são necessárias novas acções para prevenir que a independência dos auditores se veja comprometida, entre elas, se todos os trabalhos de consultoria para firmas que auditam devia ser proibido", declarou o regulador.
Para as gigantes do sector, as "big four" Deloitte, EY, KPMG e PwC, uma medida semelhante teria um impacto negativo nas receitas de mais de mil milhões de libras.
Ao risco de incompatibilidade entre as actividades de auditoria e consultoria, acresce o facto de existirem quatro empresas que dominam o mercado: Deloitte, EY, KPMG e PwC – no Reino Unido, são responsáveis por 97% das auditorias e 98% dos serviços de consultoria que visam as cotadas do índice FTSE 350.
A acção do FRC é impelida por escândalos recentes, como é o caso da construtora Carillion, empresa que foi à falência sem que os respectivos auditores tivesse anunciado essa possibilidade. A gigante KPMG era uma das entidades envolvida na supervisão da empresa.