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Portugal limita crescimento do lucro do Bankinter
O Bankinter registou um crescimento de 20% do lucro em 2017 mas, incluindo Portugal, o avanço é de 1%. No ano passado, a actividade nacional registou ganhos extraordinários. Portugal, que registou um crescimento dos créditos e uma quebra dos depósitos, conta para 7% do negócio do grupo espanhol.
O lucro do Bankinter cresceu em 2017 e totalizou 495 milhões de euros, o maior alguma vez registado. Contando todo o negócio ibérico, o crescimento do resultado líquido foi de 1%.
Excluindo a operação portuguesa, o avanço seria de 20%. Depois dos ganhos verificados na actividade nacional em 2016, no ano passado não houve tais efeitos extraordinários, pelo que limitou o avanço do resultado líquido.
O lucro do grupo presidido por María Dolores Dancausa é de 472,3 milhões de euros apenas olhando para Espanha, de acordo com os números divulgados no comunicado ao regulador dos mercados espanhol (CNVM). Daí que com a operação portuguesa seja responsável por 22,9 milhões de euros. Antes de impostos, o resultado da operação portuguesa, presidida por Alberto Ramos, foi de 31 milhões.
"Estes resultados significam que o banco foi capaz de compensar de forma orgânica, com a actividade regular com os seus clientes, os resultados de 2016 que incluíam resultados extraordinários contabilizados devido à operação de compra do Barclays em Portugal", explica-se a instituição financeira, na nota enviada às redacções esta quinta-feira, 25 de Janeiro.
A margem financeira do banco (diferença entre juros cobrados em créditos e juros pagos em depósitos) cresceu 8,5% para 1.062 milhões de euros, sendo que em Portugal a margem foi de 101 milhões. As comissões líquidas do grupo também se expandiram 11,7% para 423,5 milhões, sobretudo devido à área de gestão de activos.
Portugal conta para 7% do negócio do Bankinter
O produto bancário do Bankinter, que entrou em Portugal há dois anos através da compra da rede do Barclays, fixou-se em 1.851,3 milhões de euros, um crescimento de 7,8%. Portugal contribuiu com 133 milhões na rubrica.
Por sua vez, os custos operacionais avançaram 4,7% para 944,5 milhões, com Portugal a marcar um aumento de 24,7% para 87,1 milhões.
"O Bankinter Portugal cresce em todas as linhas seguindo o plano de negócio previsto e, no primeiro exercício completo em que os seus resultados são consolidados, representa já um contributo de 7% para as receitas do Grupo", assinala a nota de imprensa.
É, ainda assim, uma das áreas de negócio do Bankinter com menos representatividade, abaixo da banca comercial, da banca de empresas e da seguradora Linea Directa.
Crédito avança, depósitos cedem
"O crédito concedido atinge no final de 2017 os 4.800 milhões de euros, mais 6% que há um ano, com um crescimento especialmente significativo no crédito a empresas, que cresce 21%", relata o comunicado de imprensa enviado às redacções. Com Espanha, o crédito concedido é de 53.300 mil milhões.
O rácio de crédito malparado é de 3,45% no Bankinter, menor que os 4,01% em 2016. Contudo, o número não é mais baixo por conta da operação portuguesa: excluindo o Bankinter Portugal, o rácio seria de 3,06%. São 2 mil milhões de euros de crédito malparado no grupo, 400 milhões dos quais em Portugal.
Os depósitos cederam, em termos homólogos, 1% para os 3,6 mil milhões de euros, e, no contexto em que os juros pagos nos depósitos são reduzidos, houve um aumento de investimento nos recursos fora de balanço (fundos de investimentos e unit linked), onde o crescimento foi de 25%. Aliás, como já noticiado pelo Negócios, o Bankinter Seguros Vida registou um grande crescimento no ano passado, de acordo com os dados da ASF.
O grupo presidido por María Dolores Dancausa apresenta um rácio Common Equity Tier 1 (CET1), que mede o peso dos melhores fundos de um banco, de 11,46%, acima dos 11,15% de um ano antes.