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Polónia espera que mais bancos estrangeiros saiam do país
O BCP controla mais de metade do capital do Bank Milennium, tendo reduzido a posição em Março de 2015. O Governo polaco quer reforçar a presença no sector, que é dominado por bancos estrangeiros.
Depois do italiano UniCredit ter alienado o segundo maior banco da Polónia, o governo do país espera que mais bancos estrangeiros sigam o exemplo.
"Estimo que no próximo ano assistiremos a mais instituições financeiras sejam colocadas à venda… estamos a observar esta tendência e a nossa abordagem é oportunista", afirmou o vice-primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, em declarações citadas pela Reuters.
O UniCredit, para reforçar os seus rácios de capital devido à crise na banca italiana, encaixou 2,5 mil milhões de euros com a venda do Pekao à seguradora PZU e ao fundo PFR. As entidades compradoras são controladas pelo Estado polaco, que estão a aproveitar a saída de investidores estrangeiros para reforçar na banca do país.
O Governo polaco, constituído pelos nacionalistas eurocépticos Lei e Justiça, não esconde a estratégia de pretender um maior controlo da banca do país, que há muitos anos é dominada por instituições financeiras estrangeiras. "Fizemos [a compra do Pekao] no momento certo. A domesticação faz sentido", acrescentou o vice-primeiro-ministro.
O suíço Raiffeisen também pretende sair do mercado polaco com a venda da sua unidade no país, tendo encetado negociações com o banco estatal Alior, mas estas não chegaram a bom porto. O Deutsche Bank é outra das instituições financeiras que há vários meses tenta vender a sua unidade na Polónia, mas até agora sem sucesso.
Analistas citados pela Reuters dizem sem inevitável os bancos estrangeiros que detenham uma quota de mercado abaixo de 5% na Polónia venderem as suas posições.
O BCP controla o quinto maior banco do país, o Bank Millennium, onde detém uma posição de 50,1%, depois de em Março de 2015 ter alienado 15,41%. Este banco polaco apurou um resultado líquido de 130,7 milhões de euros no ano passado, sendo que nos primeiros nove meses de 2016 registou quase conseguiu superar este valor, ao atingir lucros de 130,3 milhões de euros.
O Commerzbank, Santander, BNP Paribas, Credit Agricole e o Citigroup são alguns dos bancos estrangeiros com uma posição de relevo na banca polaca.