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Paulo Macedo aponta para descida das taxas de juro em 2025
O presidente executivo da CGD antecipa ainda que a banca vai atingir o pico de receitas este ano, mas não acredita que a tendência se mantenha em 2025.
O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) está confiante no crescimento da economia no próximo ano bem como no aumento do rendimento das famílias com a contínua descida das taxas de juro. "Eu não sou adivinho, mas com base no comportamento das empresas e do mercado vemos uma redução das taxas de juro que vai contribuir para uma melhoria do rendimento disponível das famílias e do aumento da capacidade de endividamento", referiu Paulo Macedo.
O gestor falava em mais um "Encontro Fora da Caixa", evento organizado pela CGD em conjunto com o Negócios, que decorreu em Viana do Castelo e teve como tema o Orçamento do Estado para 2025 e as suas implicações na economia nacional.
Paulo Macedo aproveitou para lembrar que em 2024 a taxa de poupança das famílias situou-se em 11,3%, "uma das maiores dos últimos 20 anos". "Durante muitos anos tínhamos uma taxa de poupança à volta de 4%", sublinhou, acrescentando que uma das variáveis do Orçamento do Estado para 2025 apresentado pelo Executivo de Luís Montenegro foi o aumento do consumo.
Falando em específico da banca, confirma que atingirá o pico de receitas este ano, mas não acredita que a tendência se mantenha no próximo ano. Antes pelo contrário. Paulo Macedo antecipa um recuo devido à que das taxas de juro e ao pagamento de dividendos "significativos" ao acionista. "Este ano pagámos mais de 800 milhões de euros em dividendos [ao Estado] e outros 800 milhões em IRC", exemplificou.
Durante a sua intervenção, o CEO da CGD mostrou-se confiante no crescimento da economia no próximo ano e apontou para uma "baixa inflação", ressalvando, contudo, que todas as projeções devem ter em conta os desafios geopolóticos.
Um dos motores do crescimento deverá ser o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) cuja execução não tem dúvidas que será maior face a 2024. até porque "também tem sido muito baixa até agora e esgota-se em 2026".
Na parte da habitação, "prevemos que vai continuar a existir um mismatch [disparidade] entre a procura e a oferta".