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Passos Coelho: “Eu não tenho amigos… no Banif”

Jerónimo de Sousa disse que o Governo era célere a cobrar os subsídios a desempregados e a doentes, mas quando se trata de amigos torna-se um “mãos largas”, em alusão ao Banif. Passos Coelho disse que não tinha amigos na banca.

Bruno Simão/Negócios
23 de Outubro de 2013 às 18:53
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Foi um momento caricato no debate desta tarde, protagonizado por Jerónimo de Sousa e Passos Coelho. O líder comunista, que estava a falar do empréstimo de capital ao Banif, criticou a actuação do Executivo. “Um Governo tão célere em cobrar aos desempregados e doentes os subsídios é o mesmo que tem mãos largas e mãos rotas para os amigos”, acusou. “É uma política para servir os grandes e os poderosos”, disse ainda.

 

Na resposta, Passos Coelho ia sendo mal-interpretado. “Eu não tenho amigos”, afirmou, fazendo uma pausa de alguns segundos antes de dizer “no Banif”. Nesse intervalo, Jerónimo de Sousa, que deixou o microfone ligado, disse logo “não admira!”. O episódio gerou algum burburinho que foi bem audível. Mas o primeiro-ministro prosseguiu a sua explicação.

 

“Eu não tenho amigos no Banif”, e “a recapitalização do Banif, como a do BCP, como a do BPI, como a da CGD, decorreram num quadro de transparência, escrutínio e avaliação responsável”, que foi “partilhada não apenas com o Banco de Portugal bem como com as instituições da troika”. Por isso, “a sugestão de que haja aqui uma espécie de favor ou privilégio não existe e repudio-a”, disse Passos Coelho.

 

Passos Coelho disse que o Governo não pode virar a cara aos problemas dos bancos e garantiu que a recapitalização em curso “é feita de forma bem escrutinada e transparente e tem custos que foram imputados ao sistema financeiro”. E deu alguns exemplos, como a obrigação de os bancos resgatados “remunerarem em condições bem acima do mercado” o dinheiro emprestado, ou o facto de “os gestores ficarem com vencimentos limitados” e os “bancos não poderem distribuir resultados extraordinários”.

 

O primeiro-ministro disse que não pode garantir “o que vai acontecer no futuro”, respondendo à questão de Jerónimo de Sousa se o Banif pode ser um novo BPN. Porém, Passos mostrou estar optimista. “A confiança que tenho no sistema bancário é inegável, e o processo que está a decorrer não tem desconfiança por parte do Governo”, assegurou.

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