Os problemas do Banco Espírito Santo "não foram uma falha apenas das autoridades portuguesas, que eram as primeiras responsáveis pela supervisão do banco", escreve esta quarta-feira, 6 de Agosto, o New York Times.

"A Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional partilham alguma culpa, porque estiveram envolvidos de forma estreita na economia de Portugal e no sistema financeiro nos últimos três anos, depois de terem emprestado ao país 78 mil milhões de euros para o ajudar a superar a crise financeira", recorda o editorial do jornal norte-americano.

A publicação destaca que no passado mês de Maio, as "três organizações disseram que ‘a capitalização da banca foi fortalecida significativamente’ em Portugal, o que sugere que foram demasiado optimistas sobre os progressos feitos".

O New York Times deixa ainda o recado para o Banco Central Europeu. "No final deste ano, o Banco Central Europeu vai ficar com a supervisão dos maiores bancos dos países" da Zona Euro.

"Um teste importante à credibilidade do BCE surgirá quando [a autoridade] publicar os resultados dos testes de ‘stress’ de 128 bancos europeus, em Outubro. O banco central tem de deixar claro que este exercício não é um exame ‘pro forma’ que torna fácil para os bancos parecerem bem e esconder os seus problemas, tal como o Banco Espírito Santo parece ter feito. A economia europeia não vai recuperar até que o seu sistema bancário esteja realmente saudável."