Depois de, no ano passado, ter sido dispensado dos testes de stress conduzidos em toda a Europa, o Novo Banco vai ter de se sujeitar, em 2015, a esse exercício coordenado pelo Banco Central Europeu, indicou a entidade sediada em Frankfurt.

"O BCE deve realizar uma avaliação abrangente, comparável em termos de âmbito e de profundidade à realizada em 2014, às instituições de crédito que não foram cobertas pela anterior avaliação", indica a decisão do Banco Central Europeu publicada esta quarta-feira, 8 de Maio, identificando quais são essas entidades.

Na lista há bancos belgas, franceses, luxemburgueses, malteses, austríacos, finlandeses e eslovenos. O Novo Banco é o único português, já que a CGD, o BCP e o BPI (os restantes bancos nacionais considerados significativos e portanto sob a supervisão directa do BCE) foram alvo do exercício em 2014. Desses, o BCP foi o único que não cumpriu, na altura, os requisitos mínimos obrigatórios.

Destes bancos, algumas são entidades consideradas não significativas, e que continuam sob as autoridades supervisoras dos respectivos países, mas relativamente às quais os resultados de 2014 podem vir a obrigar a uma reclassificação, colocando-as sob Frankfurt.

O Novo Banco é também o único destas nove entidades que só terá de fazer os testes de stress. No ano passado, e agora em 2015, o exercício era composto por dois momentos essenciais: a avaliação dos activos e os testes de stress em si. A primeira era uma revisão à qualidade dos activos, para provar que os activos dos bancos efectivamente valem o que é indicado pelos mesmos; a segunda era uma análise à capacidade de os bancos absorverem cenários de crise.

O Novo Banco já passou a primeira prova. Vai agora realizar a segunda. "Como os activos da instituição já foram sujeitos a uma revisão da qualidade dos activos e a uma auditoria especial, mas sem que tenha sido submetida a testes de stress, a instituição deverá apenas ser sujeita ao teste de stress em 2015", sublinha a nota da entidade presidida por Mario Draghi. 

Não há datas para a realização do exercício que o banco liderado por Eduardo Stock da Cunha não realizou no ano passado porque era ainda uma instituição recém criada. Constituído a 3 de Agosto, herdando os activos e passivos considerados saudáveis do Banco Espírito Santo, o Novo Banco não foi alvo dos testes porque o exercício estava a ser feito com base nos resultados do final de 2013 - contas que seriam do BES e não da nova entidade. 

Em 2015 o Novo Banco deverá ser vendido. O processo de alienação está a decorrer, havendo cinco interessados - Santander, Apollo, Fosun, Cerberus e Anbang Insurance. 

A entidade sob comando de Stock da Cunha não faz comentários a este teste de solidez. Ainda não foi possível obter uma declaração do Banco de Portugal.  

(Notícia actualizada com mais informações às 17h12)