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Novo Banco: Fundo de Resolução recusou propostas de 2015 por terem "risco ilimitado"

A deputada Mariana Mortágua ainda questionou José Ramalho sobre se a proposta de venda à Lone Star, que se veio a concretizar, não acabou por ser semelhante às de 2015, tendo José Ramalho respondido que "isso é um bocado verdade", salvaguardando que em 2017 já não havia tempo para mais, ao contrário do que sucedeu em 2015.

Miguel Baltazar
29 de Março de 2021 às 23:03
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O antigo presidente do Fundo de Resolução José Ramalho disse hoje no parlamento que a instituição recusou as três propostas de venda do Novo Banco em 2015 por serem demasiado onerosas e terem "risco ilimitado".

"Nós não podíamos aceitar propostas com risco basicamente ilimitado para o Fundo de Resolução, isso acho que não seria uma defesa do interesse público", disse José Ramalho em resposta ao deputado Duarte Alves (PCP) na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar, que decorreu com os microfones fechados em alguns momentos devido a restrições de confidencialidade acerca da venda falhada do Novo Banco.

A comissão funcionou com os microfones desligados por um curto período de tempo enquanto José Ramalho respondia a João Cotrim de Figueiredo (IL) devido a restrições de confidencialidade dos contratos, não sendo audível na transmissão da ARTV o que estava a ser debatido pelos deputados, processo que se veio a repetir na última ronda de questões.

O deputado liberal tinha referido que as três entidades em causa eram a Angban, a Fosun e a Apollo, e uma das propostas chinesas não identificada trazia responsabilidades para o Fundo de Resolução em financiar perdas durante 18 meses e numa carteira de ativos que ia até 12 mil milhões de euros.

Segundo José Ramalho, o Fundo de Resolução chegou a negociar essa proposta de forma a reduzir os tetos de cobertura de perdas, mas o processo não chegou ao fim pois a empresa em causa "nem sequer respondeu" aos contactos vindos de Lisboa.

A comissão passou então a funcionar, por pouco tempo, com os microfones desligados, processo que se repetiu na última ronda de questões.

Aneteriormente, em resposta ao deputado Duarte Alves (PCP), o responsável máximo do Fundo de Resolução entre 2014 e 2017 disse que "havia propostas que traziam um valor bastante atrativo, um chamariz, mas depois só pagavam aquele dinheiro se o Fundo de Resolução garantisse que todas as perdas em determinada carteira de ativos eram assumidas pelo fundo".

Outra das condições das propostas apresentadas era que "todas as injeções de capital tinham que ser feitas pelo fundo", sendo que "na altura não se sabia quanto é que isso era".

As três propostas "tinham todas um preço apelativo", mas que iriam "implicar perdas enormes para o Fundo de Resolução", algo que veio a classificar como "um tiro no escuro" ao deputado Alberto Fonseca (PSD).

A deputada Mariana Mortágua ainda questionou José Ramalho sobre se a proposta de venda à Lone Star, que se veio a concretizar, não acabou por ser semelhante às de 2015, tendo José Ramalho respondido que "isso é um bocado verdade", salvaguardando que em 2017 já não havia tempo para mais, ao contrário do que sucedeu em 2015.

"Aí [2017] não havia alternativa. O banco tinha de ser vendido, senão tinha que ser ou resolvido ou liquidado, e essa solução foi a que se conseguiu encontrar", disse José Ramalho.

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