Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Novo Banco duplica lucro para 142,7 milhões de euros no primeiro trimestre

Comissões e redução de imparidades contribuíram para o resultado. Instituição está a acionar "mecanismos legais e contratuais" para receber 165 milhões de euros que estão em divergência com o Fundo de Resolução.

Pedro Catarino
03 de Maio de 2022 às 17:25
  • ...
O Novo Banco (NB) lucrou 142,7 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, mais do que duplicando o resultado obtido no mesmo período de 2021 (70,7 milhões de euros), e alcançando o quinto trimestre consecutivo de resultados positivos. A informação foi avançada pela instituição financeira em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). 

As imparidades de crédito caíram 74% para 14,3 milhões de euros, ajudando a produzir um resultado que, se dependesse só da operação corrente do banco, poderia ser pior: o "resultado operacional core (produto bancário comercial – custos operativos) caiu 7 milhões de euros, fixando-se em 98,7 milhões de euros, "resultado da estabilização dos agregados de negócio e da manutenção dos custos operativos". 

As comissões renderam mais 9,6%, alcançando 68,8 milhões de euros. 

A margem financeira foi de 133,5 milhões de euros, numa queda de 8,4% face ao valor registado em março do ano passado. 

O rácio de crédito malparado manteve-se em 5,7%, o mesmo valor de dezembro de 2021. O rácio de cobertura foi de 70,8%, "aproximando-se do rácio médio de NPL dos pares europeus".

O CEO demissionário do banco, António Ramalho, considera que os resultados são prova da "sustentabilidade da rentabilidade assente num robusto modelo de negócio, permitindo continuar a apoiar as famílias, as empresas e a economia nacional."

"Mecanismos legais" para reclamar injeção

Neste ano o Novo Banco pede uma injeção de 209 milhões de euros ao Fundo de Resolução (FdR). O valor foi tornado público em março, quando a instituição anunciou lucros pela primeira vez, encaixando 184,5 milhões de euros. O NB justifica o pedido de injeção com a diferença para o rácio de capital Core Tier 1 (CET1) que deveria ser de 12% e uma "contigência relacionada com tributação de imóveis".

A concretizar-se, esta injeção elevará para 3,6 mil milhões de euros o total transferido pelo Fundo de Resolução desde 2017 ao abrigo do Mecanismo de Capital Contingente, que prevê um teto de 3,89 mil milhões de euros.

No comunicado, o Novo Banco sublinha que há ainda um montante de 165 milhões de euros em litígio com o FdR relativo ao exercício de 2020 , explicados por "duas diferenças que resultam de divergências, entre o novobanco e o Fundo de Resolução, relativamente à provisão para operações descontinuadas em Espanha e ainda à valorização de unidades de participação, que estão sujeitos a uma decisão arbitral".

O NB reclama este valor "ao abrigo do Mecanismo de Capitalização Contingente, estando a despoletar os mecanismos legais e contratuais à sua disposição no sentido de assegurar o recebimento dos mesmos".

Trimestre quase sem despedimentos

Nos primeiros três meses do ano, o Novo Banco registou uma diminuição do efetivo de 11 trabalhadores, um valor residual no quadro de pessoal que é agora de 4.182 trabalhadores. Na comparação com o valor registado há um ano, a história é outra: em março de 2021 a instituição empregava 4.557 pessoas. A diferença de 375 pessoas explica-se por saídas quase todas ocorridas no ano passado.

O número de agências também se manteve estável em 2022: são as mesmas 311 que existiam em dezembro. E mais uma vez a comparação com março de 2021 mostra outra realidade: no final do primeiro trimestre do ano passado eram 357, mais 46 do que em março de 2022.
Ver comentários
Saber mais Novo Banco António Ramalho Fundo de Resolução Injeção chamada de capital
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio