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Novo Banco agrava prejuízos para 419 milhões de euros

A quebra da margem financeira contribuiu para que os prejuízos do Novo Banco se tenham agravado até Setembro. O Novo Banco fechou 111 balcões nos últimos 12 meses.

Miguel Baltazar/Negócios
20 de Novembro de 2017 às 19:59
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O Novo Banco apresentou uma deterioração de 9% dos prejuízos nos primeiros nove meses do ano face ao mesmo período de 2016. Um agravamento sentido antes da venda de 75% do capital à Lone Star.

 

O resultado líquido negativo do Novo Banco foi de 419,2 milhões de euros entre Janeiro e Setembro, que compara com perdas de 384 milhões no período homólogo, segundo comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O valor relativo a 2016 foi reexpresso, já que o prejuízo reportado na altura foi de 359 milhões.

A contribuir para o prejuízo esteve o produto bancário, que cedeu 10% para 601,9 milhões de euros entre Janeiro e Setembro. Escalpelizando o indicador, a margem financeira, a diferença entre os juros cobrados em créditos e os juros pagos em depósitos, registou uma forte quebra. A rubrica ficou em 285,9 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, uma queda de 27% em relação ao período homólogo, que a instituição financeira liderada por António Ramalho atribui ao processo de desalavancagem e também às taxas médias pagas em recursos para manter os clientes.

 

As comissões avançaram 12% para 231,1 milhões, impedindo uma quebra mais pronunciada do produto bancário. O banco diz que a evolução deveu-se à redução dos custos associados às emissões com garantias do Estado.

 

Os ganhos com dívida pública e instrumentos cambiais ajudaram à subida de 48% dos resultados em operações financeiras, contribuindo também para que o produto bancário não caísse de forma mais expressiva.

 

Do lado dos custos operativos, houve uma redução de 12%, devido aos cortes em curso.

Com estas duas evoluções (do produto e dos custos), o resultado operacional desceu 4,6% para 207,6 milhões de euros. 

 

As imparidades continuam a consumir resultados ao Novo Banco, ainda que em menor expressão do que há um ano. Até Setembro de 2017, o grupo registou imparidades de 563 milhões, 26% abaixo do ano passado. Destas, 348 milhões dizem respeito a dotações para crédito a clientes.

 

Por sua vez, os impostos do Novo Banco pesaram mais do que há um ano. No ano passado, a factura fiscal tinha sido benéfica, para o Novo Banco, em 187 milhões de euros. Este ano, há impostos a pagar, no valor de 34 milhões. A instituição financeira diz que se deve "à decisão de não registar impostos diferidos adicionais". 

Depósitos sobem, crédito recua 

Em termos de balanço, os depósitos captados pelo banco subiram 5,3% em termos homólogos, para 25.960 milhões de euros, representando grande parte dos 36.551 milhões em recursos de clientes (avanço de 1,6%).

No comunicado à CMVM, o banco diz que este aumento não está relacionado com os depósitos prometidos aos obrigacionistas que aceitaram a sua oferta de recompra de dívida, que só ficou fechada em Outubro.

 

Já o crédito a clientes recuou 6,3% para 32.010 milhões, com queda de 9,6% no crédito a empresas. o rácio de crédito vencido e em risco deslizou no período em comparação. 

 

Novo Banco fecha 111 balcões em 12 meses

 

Uma das razões para a diminuição dos custos operacionais prende-se com a redução da folha salarial e da rede de agências.

 

O Novo Banco terminou o mês Setembro com 475 balcões, uma diminuição de 111 face ao número apresentado no mesmo mês de 2016. A diminuição, sentida sobretudo na actividade doméstica. Há apenas 26 agências no estrangeiro.

 

Da mesma forma, o número de trabalhadores também recuou: eram 5.675 colaboradores no final do terceiro trimestre relativamente aos 6.132 em Setembro do ano passado.

Rácio cai antes de aumento de capital

 

O rácio Common Equity Tier 1, o que mede o peso do capital de melhor qualidade, situou-se em 10,9% em Setembro, o mesmo nível registado em Junho. Era de 12,3% em Setembro de 2016.

 

A 18 de Outubro, o Novo Banco foi alvo de um aumento de capital de 750 milhões de euros, por parte da Lone Star (através da Nani Holdings), no âmbito do negócio através do qual comprou, a custo zero, 75% da instituição financeira. Até ao final do ano, há o compromisso para injectar 250 milhões de euros adicionais, ficando com os mesmos 75% e os restantes 25% nas mãos do Fundo de Resolução. E há ainda a acrescentar a folga de capital de 271 milhões com a recompra de dívida. 

 

Foi a 18 de Outubro que o Novo Banco deixou de ser um banco de transição, estatuto que tinha desde a resolução aplicada ao Banco Espírito Santo. 

 

(Notícia actualizada às 20:30 com mais informações)

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