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Negociações para venda do Banif adiam eleição da gestão para Agosto

Os accionistas do Banif querem manter Jorge Tomé e Luís Amado nos cargos até o banco conseguir vender a participação do Estado. Sugerem o adiamento para Agosto da reunião que vai decidir os novos órgãos sociais.

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Os accionistas privados do Banif vão propor o adiamento da eleição da administração do banco. O objectivo é permitir que Jorge Tomé e Luís Amado concluam as negociações em curso para a venda da posição do Estado na instituição e dar liberdade à escolha da nova administração por parte do eventual futuro accionista.

 

Os herdeiros de Horácio Roque e a Auto-Industrial, maiores accionistas privados do Banif, propuseram o adiamento da eleição da nova administração do banco, agendada para a assembleia-geral convocada para 29 de Maio, segundo documentos publicados através do site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). 

 

"Admitindo-se uma eventual alteração relevante da estrutura accionista do Banif, importa manter todas as condições para um eventual novo accionista controlador possa determinar, livremente e sem restrições de qualquer ordem, a composição dos órgãos sociais e estatutários do Banif e das suas principais filiais", aponta a proposta para a convocatória da reunião magna de accionistas. "A eleição imediata de órgãos sociais para o triénio 2015-2017 prejudicará o objectivo", justificam-se os accionistas.

 

A ordem de trabalhos da reunião prevê a eleição do conselho de administração e restantes órgãos sociais para o próximo mandato de três anos, entre 2015 e o final de 2017. Com a aprovação da proposta de adiamento, o presidente executivo, Jorge Tomé, o líder não executivo, Luís Amado, e a restante equipa permanecerão em funções por um prazo que pode chegar a três meses.

 

Na proposta, os accionistas sugerem que este ponto – ou seja, a nomeação da nova administração – seja discutido a 26 de Agosto de 2015.

 

A suspensão da nomeação da nova gestão visa dar continuidade às negociações que o Banif tem mantido com investidores interessados em adquirir a posição que o Estado tem no banco e que representa 60,53% do seu capital. Esta participação resultou da ajuda pública concedida à instituição em Janeiro de 2013, no valor total de 1.100 milhões. Deste valor, 700 milhões destinaram-se a subscrever um aumento de capital, enquanto os restantes 400 milhões foram aplicados em instrumentos de capital contingente ("CoCos"), dos quais o banco já reembolsou 275 milhões.

 

Na sequência deste apoio estatal, logo em 2013, o Banif teve de apresentar um plano de reestruturação a Bruxelas, cujas sucessivas versões têm vindo a ser negociadas entre a Comissão Europeia e o Ministério das Finanças. Neste momento, existem "contactos construtivos" entre as autoridades europeias e portuguesas sobre o caso Banif, como reconhece fonte oficial de Bruxelas, em declarações ao Negócios, publicadas esta quinta-feira.

 

Na assembleia-geral de 29 de Maio, serão votados os pontos relativos à aprovação do relatório e contas de 2014 e a apreciação do trabalho da gestão. Se a proposta for aceite pelos accionistas, ficam adiadas a votação para a nomeação sobre a escolha da mesa, da administração, do revisor oficial de contas, do conselho estratégico e as remunerações a aplicar. 

 

 

 

Banif admite manifestações de compradores

"Têm vindo a ser recebidas manifestações de interesse por parte de investidores, que se propõem assumir uma posição estratégica na estrutura accionista do Banif", indicam os accionistas para justificar o adiamento.

 

Da parte do banco, "é do conhecimento público a intenção de identificação de um accionista estratégico de referência, a quem possa vir a ser proposta a substituição na participação do Estado".

 

Como o processo negocial conta sempre com a gestão, " importa manter todas as condições para um eventual novo accionista controlador possa determinar, livremente e sem restrições de qualquer ordem, a composição dos órgãos sociais e estatutários do Banif". 

 

Daí que haja a proposta para a não votação deste ponto da mudança dos órgãos sociais na assembleia-geral de 29 de Maio. 

 

(Notícia actualizada com mais informações pelas 21h05)

 

 

 

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