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Morais Pires tutelava Isabel Almeida. Mas Ricardo Salgado também
A directora de mercados do BES estava sob o pelouro do administrador financeiro. Mas Morais Pires diz que viajava muito. E que, nas suas ausências, Salgado, "como sempre", era o responsável.
A quem é que reportava Isabel Almeida, a directora do departamento financeiro e de mercados do Banco Espírito Santo? A pergunta foi feita pelo deputado comunista Miguel Tiago, dado que a gestora foi constituída arguida no âmbito de buscas sobre o Universo Espírito Santo.
"A dr. Isabel Almeida era directora-geral do banco. Tinha plena autonomia para dirigir o departamento", começou por respondeu o administrador financeiro do Banco Espírito Santo até Julho de 2014.
"Mas eu não me escudo na ideia de que viajava 47 semanas em 52 de um ano", ressalvou. Mais à frente disse: "nas minhas ausências, reportava ao Salgado".
Miguel Tiago perguntou, novamente, a quem reportava.
"O departamento financeiro estava sob o meu pelouro, mas reportava também a qualquer outro administrador, nas minhas ausências ou, como sempre, ao Dr. Ricardo Salgado", concluiu.
Nas buscas feitas pelo no início de Dezembro a edifícios do BES e escritórios e domicílios,
Sobre o esquema de emissão de obrigações, com recurso à Eurofin e que causaram perdas ao BES, Morais Pires não falou porque, diz, está sob segredo de justiça. Apesar de não ser arguido, disse ter acesso a informação aquando das buscas, pelo que não pode falar sobre ela. Isabel Almeida e um seu colaborador, Miguel Soares, foram constituídos arguidos neste processo.
Amílcar Morais Pires foi o primeiro nome proposto por Salgado para seu sucessor, apesar de o Banco de Portugal ter rejeitado – acabou por avançar Vítor Bento. Isabel Almeida era a proposta para administradora com o pelouro financeiro. Também não terá sido aceite pelo regulador.