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Melhoria de condições de financiamento permitiu à banca reduzir “spreads”

O Banco de Portugal revela que este ano já se verificou algum alívio nas condições de financiamento da banca à economia nacional, o que reflecte as melhorias de condições de financiamento por parte da própria banca. O regulador realça, ainda assim, que o alívio de condições por parte do BCE não tem sido reflectido na íntegra nos mercados nacionais, em especial nos “países sob pressão”.

Bruno Simão/Negócios
08 de Outubro de 2013 às 13:33
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“O ano de 2013 tem-se caracterizado por uma ligeira melhoria das condições de financiamento, que se mantêm no entanto em níveis restritivos. A diminuição dos custos de financiamento dos bancos e a melhoria da sua posição de liquidez traduziram-se numa relativa estabilização dos critérios de concessão de crédito e numa ligeira diminuição dos spreads”, revela o Banco de Portugal no Boletim Económico de Outono.

 

O relatório adianta ainda que “no financiamento do sector não financeiro em Portugal registou-se uma ligeira descida dos prémios de risco e uma estabilização do grau de restritividade das condições aplicadas pelos bancos na aprovação de crédito”.

 

Mas não são apenas boas notícias. O país continua sob pressão e as condições de acesso ao financiamento, em especial por parte de pequenas e médias empresas, continuam a ser restritivas. “De acordo com o Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito, os critérios aplicados pelos bancos na concessão de crédito tornaram-se mais restritivos a nível agregado, em especial para as pequenas e médias empresas nos países sob pressão”, adianta a mesma fonte.

 

“O crédito total às sociedades não financeiras continua a reduzir-se a um ritmo moderado e relativamente estável, traduzindo essencialmente a continuação do processo gradual e ordenado de desalavancagem do sector privado e a contracção da procura agregada. Neste âmbito, existe uma elevada heterogeneidade no financiamento às sociedades não financeiras, com maiores dificuldades de acesso a financiamento por empresas de menor dimensão, mais orientadas para o mercado interno e com uma situação financeira mais frágil. Em sentido contrário, as empresas de bens transaccionáveis mais orientadas para o mercado externo enfrentam menores dificuldades de acesso a financiamento”, explica o Banco de Portugal.

 

Já o contexto de recessão económica e de “elevado nível de endividamento agregado das sociedades não financeiras, continuou a contribuir para um aumento da materialização do risco de crédito”.

 

“A incerteza face à resolução da crise da dívida soberana na área do euro continuou a contribuir para um elevado nível de incerteza e de aversão ao risco na economia portuguesa. De facto, não obstante a considerável diminuição dos prémios de risco associados aos emitentes portugueses observados desde meados de 2012, o acesso a financiamento de mercado por parte do Estado e dos bancos em condições de preço sustentáveis a médio e longo prazo permanece fortemente condicionado, tendo-se deteriorado nos meses mais recentes”, acrescenta.

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