O banco francês Crédit Agricole, antigo accionista de referência do BES, fechou o primeiro trimestre do ano com lucros de 227 milhões de euros, uma descida de 71% face aos 784 milhões registados no mesmo período do ano passado.

As contas da instituição foram penalizadas pela quebra dos resultados da unidade de banca de retalho e pela descida das receitas de negociação, numa altura em que o Crédit Agricole está a começar a reorganizar a sua estrutura de capital.

Os resultados foram piores do que o esperado pelos analistas consultados pela Reuters que apontavam para uma descida do resultado líquido de 64,5% para 278 milhões de euros.

As receitas do LCL, a unidade francesa de banca de retalho do Crédit Agricole, foram "fortemente impactadas" pelo declínio da margem financeira, segundo comunicou a instituição. Os lucros do LCL desceram 32% para 85 milhões de euros.

Por outro lado, a quebra na negociação de dívida contribuiu para a descida de 51% dos lucros da unidade que inclui a banca de investimento. Porém, segundo o CFO do banco, Jerome Grivet, ao contrário dos dois primeiros meses do ano, Março e Abril foram "melhores".

Em Fevereiro, o Crédit Agricole anunciou que vai vender as suas participações no capital de três dezenas de instituições financeiras regionais francesas, tal como se especulava desde o início do ano.

A operação, que tem como objectivo proporcionar "mais flexibilidade financeira", deverá ocorrer no terceiro trimestre deste ano, de acordo com as informações avançadas pelo banco na mesma ocasião.

As acções do Crédit Agricole descem 3,69% para 8,765 euros.