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Lucros do Santander Portugal caem para 172,9 milhões no primeiro semestre

O banco liderado por Pedro Castro e Almeida registou uma queda dos lucros de 37,3% no primeiro semestre do ano, devido ao impacto da covid-19.

29 de Julho de 2020 às 08:45
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Os lucros do Santander Portugal caíram no primeiro semestre do ano, devido às imparidades constituídas para responder à crise provocada pela pandemia. Passaram de 275,9 milhões de euros, no primeiro semestre de 2019, para 172,9 milhões nos primeiros seis meses deste ano. 

"Os resultados do primeiro semestre de 2020 incorporam já, tal como esperado, um impacto importante associado à Covid-19. Porém, e apesar do momento desafiante que vivemos em todos os sectores, e sem exceção, fomos reconhecidos pela nossa performance financeira, pelo serviço aos clientes, capacidade de adaptação às novas condições de mercado e ainda, no plano corporativo, pela resposta no combate à pandemia", afirma Pedro Castro e Almeida (na foto), CEO do Santander Portugal, num comunicado enviado esta quarta-feira e que revela que, devido à pandemia, não se realizará a habitual conferência de imprensa de resultados. 

A quebra de 37,3% dos lucros é explicada pela constituição de imparidades para responder ao impacto da pandemia. "A envolvente macroeconómica, caracterizada por uma contração profunda da atividade, exige uma atuação proativa e preventiva, em termos de qualidade de crédito, pelo que a imparidade líquida de ativos financeiros ascendeu a -100,9 milhões de euros, refletindo a incorporação da componente forward looking do cenário macroeconómico mais adverso", refere o banco no comunicado enviado esta quarta-feira.

Neste período, o produto bancário ascendeu a 659,4 milhões de euros, o que representa uma redução de 6,3% face ao período homólogo. Já os custos operacionais caíram 5,1% para 287,8 milhões de euros.

A margem financeira situou-se em 399,3 milhões de euros, uma redução homóloga de 6,9%, "o que traduz essencialmente a descida das taxas de juro do crédito, num contexto concorrencial ainda elevado e de diminuição da procura de crédito por empresas fora do âmbito das linhas com garantia do Estado, e a gestão da carteira de dívida pública", explica o banco no comunicado. 

Por outro lado, as comissões líquidas caíram 5% para 183,1 milhões de euros, o que, segundo o Santander Portugal, reflete "plenamente os efeitos da pandemia sobre a atividade, destacando-se uma redução das comissões sobre crédito, e os impactos da suspensão de um conjunto de comissões, no âmbito das medidas de apoio às empresas e às famílias".

Quanto à carteira de crédito, esta totalizava, no final de junho, 42,1 mil milhões de euros, "com crescimentos de 3,8% face ao período homólogo e de 5,3% em relação a dezembro de 2019, refletindo não só a aplicação de moratórias ao crédito a famílias e empresas como também a elevada produção de linhas de crédito de apoio à economia no contexto da crise sanitária que vivemos". 

Já o rácio de Non-Performing Exposure (NPE) situou-se em 2,8% em junho de 2020, registando uma redução de 0,5 pontos percentuais face ao período homólogo.


Moratórias para mais de 88 mil clientes
No final do semestre, as moratórias, legal e privada, tinham abrangido mais de 88 mil clientes correspondendo a um montante superior a 8,9 mil milhões de euros de crédito (cerca de 22% da carteira total), revela o Santander Portugal no comunicado divulgado esta quarta-feira.

Já no âmbito das linhas de crédito com garantia do Estado, destinadas a mitigar os efeitos da pandemia, o banco aprovou um conjunto de operações no montante de cerca de 1,3 mil milhões de euros para as empresas.

Foi em março que o Governo aprovou uma moratória legal de maneira a dar mais tempo às famílias e empresas, penalizadas pela pandemia, para pagarem as suas prestações junto das instituições financeiras. Esta solução foi entretanto prolongada até março do próximo ano, incluindo agora mais créditos e mais clientes, nomeadamente crédito ao consumo para educação e segundas habitações.

(Notícia atualizada com mais informação)

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