Notícia
Lucros do Santander Portugal caem para 172,9 milhões no primeiro semestre
O banco liderado por Pedro Castro e Almeida registou uma queda dos lucros de 37,3% no primeiro semestre do ano, devido ao impacto da covid-19.
Os lucros do Santander Portugal caíram no primeiro semestre do ano, devido às imparidades constituídas para responder à crise provocada pela pandemia. Passaram de 275,9 milhões de euros, no primeiro semestre de 2019, para 172,9 milhões nos primeiros seis meses deste ano.
A quebra de 37,3% dos lucros é explicada pela constituição de imparidades para responder ao impacto da pandemia. "A envolvente macroeconómica, caracterizada por uma contração profunda da atividade, exige uma atuação proativa e preventiva, em termos de qualidade de crédito, pelo que a imparidade líquida de ativos financeiros ascendeu a -100,9 milhões de euros, refletindo a incorporação da componente forward looking do cenário macroeconómico mais adverso", refere o banco no comunicado enviado esta quarta-feira.
Neste período, o produto bancário ascendeu a 659,4 milhões de euros, o que representa uma redução de 6,3% face ao período homólogo. Já os custos operacionais caíram 5,1% para 287,8 milhões de euros.
A margem financeira situou-se em 399,3 milhões de euros, uma redução homóloga de 6,9%, "o que traduz essencialmente a descida das taxas de juro do crédito, num contexto concorrencial ainda elevado e de diminuição da procura de crédito por empresas fora do âmbito das linhas com garantia do Estado, e a gestão da carteira de dívida pública", explica o banco no comunicado.
Por outro lado, as comissões líquidas caíram 5% para 183,1 milhões de euros, o que, segundo o Santander Portugal, reflete "plenamente os efeitos da pandemia sobre a atividade, destacando-se uma redução das comissões sobre crédito, e os impactos da suspensão de um conjunto de comissões, no âmbito das medidas de apoio às empresas e às famílias".
Quanto à carteira de crédito, esta totalizava, no final de junho, 42,1 mil milhões de euros, "com crescimentos de 3,8% face ao período homólogo e de 5,3% em relação a dezembro de 2019, refletindo não só a aplicação de moratórias ao crédito a famílias e empresas como também a elevada produção de linhas de crédito de apoio à economia no contexto da crise sanitária que vivemos".
Já o rácio de Non-Performing Exposure (NPE) situou-se em 2,8% em junho de 2020, registando uma redução de 0,5 pontos percentuais face ao período homólogo.
Moratórias para mais de 88 mil clientes
No final do semestre, as moratórias, legal e privada, tinham abrangido mais de 88 mil clientes correspondendo a um montante superior a 8,9 mil milhões de euros de crédito (cerca de 22% da carteira total), revela o Santander Portugal no comunicado divulgado esta quarta-feira.
Foi em março que o Governo aprovou uma moratória legal de maneira a dar mais tempo às famílias e empresas, penalizadas pela pandemia, para pagarem as suas prestações junto das instituições financeiras. Esta solução foi entretanto prolongada até março do próximo ano, incluindo agora mais créditos e mais clientes, nomeadamente crédito ao consumo para educação e segundas habitações.
(Notícia atualizada com mais informação)