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Lucro do Banco Montepio cai para 32,1 milhões de euros

Instituição não conseguiu melhorar o resultado homólogo de 35,3 milhões de euros. A comparação inclui um efeito base relacionado com a recuperação extraordinária de imparidades verificada no mesmo período de 2023.

Sérgio Lemos
Hugo Neutel hugoneutel@negocios.pt 29 de Abril de 2024 às 17:07
O Banco Montepio registou um lucro de 32,1 milhões de euros no primeiro trimestre de 2024. O resultado representa uma descida de 9% face aos 35,3 milhões obtidos no período homólogo.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) , a instituição liderada por Pedro Leitão sublinha no entanto que a descida é influenciada por um efeito base: "este resultado compara com 35,3 milhões de euros apurado no primeiro trimestre de 2023, o qual havia beneficiado da recuperação extraordinária de imparidades na sequência da liquidação não recorrente de exposições relevantes", lê-se no documento.



O banco detido pela associação mutualista com o mesmo nome realça também o incremento do produto bancário para 121,4 milhões de euros (mais 8 milhões face ao período homólogo) e o decréscimo dos custos operacionais para 64,3 milhões (menos 1,6 milhões).

"A evolução do negócio no primeiro trimestre de 2024, com particular destaque para o crescimento do crédito líquido e dos depósitos em 1,3% e 2,2% desde o início do ano, respetivamente, foi determinante para a manutenção dos rácios de capital em níveis confortavelmente acima dos requisitos regulamentares, bem como para o reduzido rácio de exposições não produtivas e para a sólida posição de liquidez atual", afirma o banco.

No final de março, o crédito bruto a clientes era de 11,9 mil milhões de euros, 200 milhões acima do valor registado um ano antes.

Já a carteira de depósitos totalizava 13,7 mil milhões, o que representa uma subida homóloga de 7,7%, ou 977 milhões de euros. O segmento de particulares representa 72% deste total.

Margem cresce 10% mas comissões estão em queda


Com a generalidade dos bancos ainda a beneficiar dos juros do Banco Central Europeu (BCE), a margem financeira do banco Montepio cresceu 9,9%, ascendendo a 99,2 milhões de euros." Esta evolução foi determinada pelo desempenho da margem financeira comercial que registou uma subida de 8,5 milhões, como resultado do incremento dos juros do crédito a clientes em 50,5 milhões de euros, parcialmente compensado pelo crescimento dos juros de recursos de clientes em 42 milhões", explica a instituição.

A receita com comissões caiu de 32,7 milhões para 30,3 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, "traduzindo a redução das comissões de gestão, administração e custódia de ativos e operações sobre títulos, e das associadas a operações de crédito resultantes, em particular, da entrada em vigor da Lei 24/2023, de 29 de maio", que inibe a cobrança de comissões em várias situações.

12 mil créditos renegociados


A administração liderada por Pedro Leitão avança ainda que até ao final de março renegociou 12 mil contratos de crédito. A cifra resulta da "adoção de várias medidas e da aplicação da legislação aprovada pelo Governo para mitigar os efeitos do aumento das taxas de juro de referência".

O crédito malparado caiu 31% face ao período homólogo (menos 172 milhões de euros), com o rácio NPE (sigla para a expressão inglesa "Non-Performing Exposures") a ficar-se em 3,2%, abaixo dos 4,8% apurados no final de março do ano passado. O rácio NPE líquido de imparidade para riscos de crédito situou-se em 0,9%.

A cobertura das exposições não produtivas por imparidades cresceu para 73% (foi de 58,6% no período homólogo). Contando com os colaterais e as garantias financeiras associadas, o rácio foi de 114,4% (era de 106,5% um ano antes).

Rácios de capital reforçados


Fruto desta evolução, o Banco Montepio chegou ao final de março com um rácio CET1 ("Common Equity Tier 1") de 15,6%, 2 pontos percentuais acima do valor registado em março de 2023.

O rácio de capital total disparou 2,8 pontos para 18,9%.

O "buffer" de liquidez da instituição está agora nos 5,2 mil milhões de euros.

O banco nota ainda que "deixou de ter qualquer financiamento junto do BCE com a amortização total das facilidades de crédito obtidas, na sequência do pagamento de 800 milhões de euros da linha com data de maturidade em 27 de março de 2024 e da amortização antecipada no montante remanescente de 54,8 milhões de euros".
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