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Lucro do Banco de Fomento dispara. Gestão culpa Medina por atraso na refundação

Resultado consolidado cresceu de 3 milhões de euros em 2022 para 27,8 milhões no ano passado. Em termos individuais passou de prejuízo a lucros. BPF culpa Governo Costa por atrasos na reorganização do grupo.

Cofina Media
31 de Maio de 2024 às 19:25
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O Banco Português de Fomento (BPF) registou um resultado líquido consolidado de 27,8 milhões em 2023, muito superior aos 3 milhões alcançados no ano anterior, informou a instituição em comunicado.

A evolução teve um "forte contributo do produto bancário, para além do efeito de menores provisões e imparidades", explica o BPF.

O produto bancário disparou 54,8% para 53,9 milhões de euros, "resultado que foi impulsionado por uma melhoria na margem financeira" e ainda por ganhos em operações financeiras e resultados por equivalência patrimonial, que aumentaram 3,9 milhões e 2,1 milhões de euros, respetivamente.

A gestão de fundos representou 57,4% (31 milhões de euros) do produto bancário. "A margem financeira também teve um papel relevante (24,6% do total do produto bancário) com uma variação positiva de 11,9 milhões, alcançando 13,2 milhões", lê-se no documento. O indicador aumentou cerca de dez vezes.

Os custos operacionais e estruturais aumentaram 1,5 milhões de euros face a 2022, para cerca de 18,4 milhões de euros, "refletindo parcialmente o início do processo de transformação do banco e a expansão do quadro de colaboradores (que se desejaria que tivessem sido mais acelerados, tendo sido limitados pela tardia aprovação do Plano e Orçamento)".

O Grupo BPF inclui quatro sociedades de garantia mútua, além da Portugal Ventures e da Turismo Fundos.

Contas individuais passam de prejuízo a lucro

Em termos individuais, o BPF teve um resultado líquido de 22,5 milhões de euros, depois de em 2022 ter tudo um prejuízo de pouco mais de 30 mil euros.

"Esta evolução justifica-se pela melhoria expressiva do produto bancário e pelo comportamento da rúbrica de Provisões e Imparidades", justifica a instituição.

Os capitais próprios foram de 567,8 milhões de euros em 2023, num aumento de 4,31% em relação ao ano anterior, "reforçando a solvabilidade da instituição e preparando-a para futuros desafios no lançamento de instrumentos financeiros de dívida e garantia, sustentados por uma sólida estrutura de capital".

BPF culpa Governo Costa por atraso

No relatório, a administração liderada por Celeste Hagatong e Ana Carvalho lamenta não ter conseguido implementar, no prazo previsto previsto, o projeto de refundação do BPF.

"Ao chegar ao fim do primeiro ano completo do atual mandato do Conselho de Administração, constata-se que o ‘Projeto de Refundação’ do BPF apresentado no âmbito do Plano e Orçamento (PAO) de 2023-2025 não atingiu, no final de 2023, as metas pretendidas por motivos alheios aos órgãos de gestão do Banco", começa por constatar a equipa de gestão.

Lamentando que a aprovação tardia desse plano tenha levado a que o mesmo só tenha entrado em vigor no final de julho de 2023, o conselho de administração do BPF sublinha que esse facto "condicionou o lançamento das ações tendentes à reestruturação do Banco Português de Fomento".

Uma das condicionantes foi ao nível do quadro de pessoal. "A maioria dos novos recursos humanos cuja contratação estava prevista no PAO 2023-2025 apenas entraram a partir de janeiro de 2024, tendo o seu recrutamento sido precedido de anúncio público exigindo a análise e seleção de mais de 600 candidaturas".

O BPF aponta ainda o dedo ao Governo anterior no que diz respeito à "estabilização das empresas participadas do BPF", devido a "atrasos muito significativos na decisão por parte do Ministério das Finanças relativamente a propostas apresentadas pelo BPF quanto à fusão das quatro Sociedades de Garantia Mútua e à transferência da SOFID para o Grupo BPF".
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