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Lesados do papel comercial enviam carta a interessados no Novo Banco

A associação de clientes do BES que adquiriu papel comercial do GES quer mostrar aos eventuais compradores do Novo Banco que não vai desistir antes de ser reembolsada.

Miguel Baltazar
02 de Março de 2015 às 18:19
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A associação de clientes do Banco Espírito Santo que se dizem lesados pelo investimento em papel comercial quer transmitir aos eventuais interessados em comprar o Novo Banco que não vai "desistir" de lutar pelo dinheiro investido e não reembolsado.

 

"A associação vai enviar carta a todos os interessados conhecidos na compra do Novo Banco e dirigir-se em carta aberta aos desconhecidos, informando-os de todas as más práticas destes gestores, directores e administradores, reafirmando que nunca vamos desistir do nosso dinheiro. O que fizemos, e continuaremos a fazer no Novo Banco, vamos continuar a fazer ao comprador nas agências onde fomos enganados", indica um comunicado do grupo designado Associação Os Indignados e Enganados do Papel Comercial.

 

Ou seja, estes clientes vão dirigir cartas aos candidatos à aquisição que já se conhecem (neste momento, sabe-se que os espanhóis Santander, BBVA, Popular, o português BPI, os chineses Bank of China, Fosun e Angbang Insurance Group e ainda os norte-americanos da Apollo estão na lista de 15 entidades aceites pelo Banco de Portugal). Os restantes são desconhecidos – o Banco de Portugal mantém o tema sob forte sigilo – mas também irão receber este aviso.

 

O grupo de investidores continua a defender que foi "enganado" na venda de papel comercial aos balcões do Espírito Santo. Estes títulos de dívida foram emitidos por sociedades do Grupo Espírito Santo (ESI e Rioforte, principalmente) mas os clientes defendem que essa indicação não era dada pelos bancários na sua transacção. Este caso já levou a trocas de palavras entre os reguladores Banco de Portugal e Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) sobre a responsabilidade de reembolso destas aplicações. Neste momento, estão por liquidar 550 milhões de euros que se encontram nas mãos de 2.508 clientes.

 

No comunicado enviado esta segunda-feira, 2 de Março, os clientes do BES referiram-se à audição de Zeinal Bava, antigo presidente da PT, que aí defendeu que a operadora sempre olhou para o Banco Espírito Santo e o Grupo Espírito Santo como uma "unidade", sem distinção entre ambas. "Como podiam pessoas simples que não se movimentam no mundo dos negócios perceber que a situação do BES podia ser totalmente diferente da situação dos negócios do GES? Afinal não era tudo da família Espírito Santo? Bava pensava que sim. Nós clientes do BES também", justificam-se. 

 

 

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