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Lesados do Banif prometem protestos "mais fortes" no Verão

Cerca de 100 lesados do Banif manifestaram-se hoje, no Funchal, em frente à sede do Santander, e a associação que os representa prometeu protestos "mais fortes" para o verão.

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Negócios 29 de Abril de 2016 às 16:04
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"A manifestação está mais pequenina porque muitas pessoas nem conseguem estar aqui, a aguentar a pressão", disse Humberto Gonçalves, um dos porta-vozes da Associação de Lesados do Banif (ALBOA).

 

Este foi o terceiro protesto realizado no Funchal, em frente à sede do Santander Totta, instituição que adquiriu o banco em Dezembro de 2015, com o objectivo de exigir o dinheiro investido em diversas aplicações.

 

Os manifestantes empunhavam cartazes e faixas com palavras de ordem como "Queremos as nossas poupanças", "Gatunos paguem o que devem", "Só queremos o que é nosso, o dinheiro de uma vida".

 

Os manifestantes entregaram panfletos aos turistas, com a seguinte informação em inglês: "O banco Santander comprou o banco Banif a preços de saldo e não nos quer devolver as nossas poupanças? Queremos justiça!"

 

"Fomos enganados pelos gestores de contas", afirmou Humberto Gonçalves, realçando que isso só aconteceu porque os clientes confiavam na instituição bancária.

 

O representante da ALBOA prometeu, por outro lado, manifestações "mais fortes" para o verão, época em que a ilha é visitada por milhares de emigrantes e turistas.

 

Humberto Gonçalves não mostra grande esperança no trabalho da Comissão de Inquérito ao Banif na Assembleia da República, realçando que "todos falam bem, mas não há respostas definitivas".

 

No entanto, a associação dos lesados está satisfeita com o desempenho da sociedade de advogados que a representa e mostra-se confiante na possibilidade de se encontrar uma solução.

 

"É uma luta para levar até ao fim", afirmou, por outro lado, Salomé Costa, uma das manifestantes, ex-emigrante na África do Sul, sublinhando que apenas pretende que os responsáveis reconheçam que o dinheiro que tinha aplicado no Banif lhe pertence.

 

Salomé Costa disse que estaria na "miséria" se não fosse a ajuda dos filhos, vincando que vive com "tristeza, mágoa e angústia".

 

"Não podemos fazer nada. Estamos assim, de mãos atadas", acrescentou.

 

Um outro manifestante, que não se quis identificar, disse que esteve 60 anos a trabalhar na África do Sul para agora andar a "pedir esmola". 

 

"As poupanças, para a minha vida, davam e agora não tenho nada, sou canceroso, ando nos médicos, tenho de pedir ajuda a um e a outro para ver se posso comprar remédios", lamentou, realçando: "Só quero o meu dinheiro, de resto não quero mais nada".

 

A 20 de Dezembro de 2015, o Governo da República e o Banco de Portugal decidiram a venda da actividade do Banif e da maior parte dos seus activos e passivos ao Banco Santander Totta, por 150 milhões de euros.

 

A ALBOA representa três tipos de clientes: os accionistas, os obrigacionistas subordinados e os obrigacionistas da Rentipar.

 

Segundo a associação, em termos de obrigacionistas, estão em causa cerca de 3.500 pessoas e 330 milhões de euros, mas universo é muito maior se se incluir os accionistas.

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