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KPMG enfrenta duras críticas do regulador do Reino Unido. "É inaceitável que falhem pelo terceiro ano"

A empresa de auditoria foi alvo de críticas por parte do Financial Reporting Council, por falhar, há três anos consecutivos, as exigências requeridas pelo regulador. Em Portugal, a KPMG foi esta semana condenada pelo Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão.

Chris Ratcliffe/Bloomberg
23 de Julho de 2021 às 10:37
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A KPMG, empresa que presta serviços de auditoria, está a enfrentar novas críticas pela qualidade das suas auditorias aos bancos, depois de o reguladores britânico ter dito que era "inaceitável" que, pelo terceiro ano consecutivo, o trabalho da empresa não estivesse à altura do pretendido.

Em Portugal, a KPMG foi condenada pelo Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão, perdendo, desta vez, o processo contra a CMVM pelos atos de auditoria ao BES. O mesmo caso do qual tinha saído vitoriosa contra o Banco de Portugal, processo este que está agora no Supremo.

"Os resultados da inspeção à KPMG não mostram melhorias e é inaceitável que, pelo terceiro ano consecutivo, a FRC encontre novas falhas n
as auditorias de bancos e entidades semelhantes à KPMG", pode ler-se no comunicado.

Nas sete maiores empresas de auditoria do Reino Unido - incluindo a Ernst & Young e a Deloitte - quase 30% de toda a contabilidade estava abaixo da média no ano até o final de março, de acordo com o relatório anual do Conselho de Relatórios Financeiros. Esta meta fica bem abaixo os 10% que o regulador britânico definiu.

As firmas de contabilidade têm enfrentado intenso escrutínio por reguladores e promotores para qualquer papel que possam ter desempenhado em uma série de colapsos e escândalos de empresas. O FRC abriu investigações sobre as auditorias da Greensill Capital, uma fintech que implodiu no início deste ano, e um banco de propriedade de um de seus maiores tomadores de empréstimos.

O regulador do Reino Unido disse que "dada a importância sistémica dos bancos para a economia do Reino Unido, irá monitorizar de perto as ações da KPMG para garantir que os resultados sejam tratados em tempo útil". A empresa concordou com um conjunto de melhorias que forma exigidas e que serão realizadas este ano, disse ainda.

Por cá, no caso da CMVM contra a KPMG, que tinha sido condenada em sede de supervisão a uma coima de 1 milhão de euros, a auditora vê o tribunal de Santarém reduzir o valor da sanção em menos de metade - para 450 mil euros. E das 63 contraordenações com que tinha chegado ao tribunal, em sede de recurso à decisão da CMVM, resultaram provadas pela juíza um total de 11 penalizações, o que resultou no cúmulo jurídico de 450 mil euros.
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