Notícia
JPMorgan fica com os restos do First Republic
O JPMorgan, com sede em Nova Iorque, foi o único a apresentar uma proposta que cumpria os requisitos dos reguladores.
É a segunda maior falência bancária na história dos Estados Unidos e o terceiro banco a colapsar desde março deste ano, depois do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank. E agora torna ainda maior o JPMorgan que fechou um acordo de emergência para ficar com o First Republic.
O objetivo foi travar a crise que sacode o sistema financeiro norte-americano nos últimos meses. O acordo de compra, fechado durante a madrugada de domingo para segunda-feira e depois da entrada dos reguladores, representa o desembolso de 10,6 mil milhões de dólares por parte do JPMorgan. O banco vai ficar com os depósitos – garantidos e não garantidos – no valor de 92 mil milhões de dólares e praticamente todos os ativos, incluindo cerca de 173 mil milhões de empréstimos e 30 mil milhões em diversos títulos de valores mobiliários.
O JPMorgan vai “assumir todos os depósitos e substancialmente todos os ativos do First Republic”, anunciou a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) em comunicado. “Todos os depositantes do First Republic Bank serão depositantes do JPMorgan Chase Bank, National Association, e vão ter acesso total a todos os depósitos”, garantiu ainda a instituição que assegura os depósitos nos EUA. Mas é uma intervenção com divisão de custos, uma vez que o fundo de garantia de depósitos assume um custo de 13 mil milhões de dólares. É o segundo maior colapso, depois do Washington Mutual que também foi adquirido pelo JPMorgan.
E a intenção de fazer deste episódio uma história do passado, as 84 agências do First Republic abriram aos clientes esta segunda-feira para assegurar que há uma nova administração, com os depósitos a poderem ser movimentados.
Um banco ainda maior
O JPMorgan que já era o maior banco norte-americano, acaba, assim por se tornar ainda maior, com a integração do First Republic, mas o CEO Jamie Dimon acredita que o sistema bancário está sólido e que, com o acordo, acaba “por ajudar a estabilizar tudo”, afirmou numa conference call com jornalistas. Para se ter uma ideia, o JPMorgan tinha 2,4 biliões de dólares em depósitos no final do primeiro trimestre.
O First Republic, com sede em São Francisco, tinha vivido uma verdadeira sangria de depósitos durante o mês de março, de cerca de 100 mil milhões de dólares que saíram e havia o risco de pôr em causa a capacidade do banco responder aos compromissos.
O JPMorgan, com sede em Nova Iorque, foi o único a apresentar uma proposta que cumpria os requisitos dos reguladores.