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Itaú e Bradesco querem abrir gestoras de fortunas em Portugal

"Ainda não há decisão final, mas acredito realmente que há um negócio para nós em Portugal", disse Renato Ejnisman, chefe global de private banking do Bradesco

Patricia Monteiro/Bloomberg
15 de Outubro de 2019 às 11:28
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Bancos como o Itaú Unibanco e o Bradesco estão a avaliar abrir escritórios de gestão de fortunas em Portugal para aproveitar a onda de brasileiros que estão a emigrar para o país.

 

"Estamos a estudar a possibilidade de ter alguns banqueiros por lá", disse Luiz Severiano Ribeiro, chefe global de private banking do Itaú. "Temos clientes que se mudaram para Portugal e acreditamos que a nossa vantagem é estar próximos de nossos clientes."


Portugal está a atrair estrangeiros com incentivos fiscais e vistos de residente para não europeus que comprarem imóveis no valor de mais de 500.000 euros (2,276 milhões de reais). Para os brasileiros, o idioma comum é um atrativo adicional, assim como
a reputação de segurança de Portugal. O país ficou em terceiro lugar no Índice Global de Paz de 2019, em comparação com a posição do Brasil no ranking (116.º).


Existiam 105.423 residentes brasileiros em Portugal no final de 2018, um aumento de 23% face ao ano anterior, segundo o Serviço de Imigração e Fronteiras. Cerca de 28.000 brasileiros emigraram para Portugal no ano passado, mais do que duplicando o registado em 2017.


"Ainda não há decisão final, mas acredito realmente que há um negócio para nós em Portugal", disse Renato Ejnisman, chefe global de private banking do Bradesco. "Faria sentido ter presença lá."


A XP Investimentos, maior corretora do Brasil, e o BTG Pactual já estão a levar os seus negócios de private banking para Portugal.


O BTG planeia ter até cinco banqueiros quando abrir o seu escritório em Lisboa, segundo o sócio Luiz Raphael Guinle.


"Muitos brasileiros, principalmente do Rio de Janeiro, estão a mudar-se para Portugal, para a Europa, para os EUA – mas principalmente para Portugal", disse Guinle, acrescentando que o Brexit é um impulso adicional para os brasileiros em Londres considerarem mudar-se para Portugal. "Dependendo do que acontece com o Brexit, brasileiros que vivem em Londres, um novo polo para eles pode ser Portugal."


"Temos muitos clientes deixando o Rio para morar em Portugal por causa da crise na cidade, então temos que estar lá", disse Guinle, referindo-se ao aumento de homicídios e
desemprego.


Os brasileiros representam a maior parte dos residentes estrangeiros em Portugal, com 22%. É mais que o triplo da segunda maior origem de imigrantes, Cabo Verde, o arquipélago
que conquistou a independência de Portugal em 1975. Os brasileiros também são os maiores investidores estrangeiros em imóveis em Lisboa, segundo a associação de corretores APEMIP.

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