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Itália tem almofada de capital para recapitalizar os bancos

O Governo italiano tem cerca de 15 mil milhões de euros de lado para ajudar os bancos do país. Isto no caso de o "spread" com a dívida da Alemanha se aproximar dos 400 pontos base, avança o jornal italiano La Stampa.

26 de Outubro de 2018 às 16:28
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O Governo italiano pode ter uma almofada de capital disponível para ajudar os bancos nacionais. Isto no caso de se vir a assistir a uma subida acentuada dos juros associados à dívida soberana de Itália, que pesa muito na carteira das instituições financeiras. 

O Governo de Itália poderá usar cerca de 15 mil milhões de euros do fundo Atlante, anunciado em 2016 para apoiar o sector financeiro, caso um aumento do "spread" da dívida penalize os níveis de capital dos bancos, avança o jornal italiano La Stampa, esta sexta-feira, 26 de Outubro, sem explicar como obteve a informação.

De acordo com a publicação, o cenário de recapitalização poderá ficar em cima da mesa caso o "spread" com a Alemanha se aproxime dos 400 pontos base, disse Giancarlo Giorgetti, o vice-presidente do Conselho de Ministros do governo transalpino, membro da Liga de Matteo Salvini, ao canal italiano RAI, na terça-feira.

A diferença situa-se, actualmente, nos 317 pontos base, mas já chegou a tocar os 320 pontos na semana passada. O vice-presidente não explicou, contudo, como decorrerá esta intervenção estatal sem violar as regras europeias. Em 2016, o fundo Atlante foi anunciado precisamente para contornar esta questão, uma vez que tinha como objectivo ajudar a banca através da compra de crédito malparado e não através da injecção de capital. 

Governo preparado para intervir "imediatamente"

O dinheiro disponível para apoiar o sector bancário já vem do Executivo anterior. O ex-primeiro-ministro italiano, Paolo Gentilone, alocou cerca de 20 mil milhões de euros para ajudar os bancos no início do ano passado e usou apenas cinco mil milhões de euros desse montante para resgatar o Banca Monte dei Paschi di Siena e ainda outras duas instituições financeiras.

O Governo tem, por isso, uma almofada de capital de 15 mil milhões de euros para usar no caso de os bancos precisarem de recapitalização. E, de acordo com Giancarlo Giorgetti, o Executivo está preparado para intervir "imediatamente".

Os responsáveis italianos e da União Europeia discutiram esta semana a robustez dos bancos de Itália, incluindo o Banca Monte dei Paschi di Siena, disseram duas fontes à Reuters, sublinhando os receios em torno da subida das "yields".

As instituições financeiras italianas, que detém cerca de 375 mil milhões de euros em dívida soberana, estão a ser penalizadas pelo aumento dos custos de financiamento. Uma subida que se deve aos receios em torno da proposta de Orçamento de Itália para 2019 e à tensão que o documento está a criar junto de Bruxelas.

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