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Haitong Bank agrava prejuízos em 2017 para 130 milhões

O Haitong Bank registou perdas de 130,18 milhões de euros no exercício fiscal do ano passado, contra 96,18 milhões de prejuízos em 2016.

Pedro Catarino
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O Haitong Bank reportou um resultado líquido negativo de 130,18 milhões de euros em 2017, o que correspondeu a um agravamento de 35,4% face às perdas de 96,18 milhões um ano antes.

 

Já o produto bancário consolidado diminuiu 24,2%, de 101,10 milhões de euros em 2016 para 76,67 milhões no ano passado, refere o relatório e contas do antigo BES Investimento (BESI) publicado esta noite na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Isto apesar do aumento de 65% das comissões, para 56,3 milhões de euros. A pressionar esteve a queda de 13,2% da margem financeira, de 57,1 para 49,5 milhões de euros, bem como os prejuízos de 29,2 milhões de euros nas operações de mercados.

Também os custos operacionais penalizaram o desempenho da instituição, já que cresceram 5,5%, para 126,1 milhões.

O CEO e chairman do Haitong Bank, Wu Min e Lin Yong, respectivamente, sublinham conjuntamente que em 2017 o foco esteve na reformulação da estratégia do canco, reajustando a dimensão da organização, a cultura empresarial e a sua base de custos.

 

"Os elevados custos de reestruturação e as imparidades relacionadas com a deterioração da carteira de crédito conduziram ao elevado prejuízo registado pelo canco, exigindo o apoio adicional do accionista no reforço do seu capital", explicam.

 

As imparidades e provisões, saliente-se, ascenderam a 86,4 milhões de euros negativos, contra 57,6 milhões um ano antes.

 

"Todos os esforços desenvolvidos em 2017 tiveram como objectivo dotar o banco de um modelo de negócio sustentável no futuro. A base mensal de custos de funcionamento sofreu um decréscimo de cerca de um terço e a qualidade da carteira de crédito melhorou, com a redução de 42% no montante de crédito com incumprimento", acrescentam o CEO e o chairman na sua mensagem conjunta.

 

Os dois responsáveis, em funções desde o quarto trimestre de 2017, destacam também que a oferta de produtos foi ajustada à nova abordagem competitiva do banco.

 

"A crescente proeminência da China como potência económica, a nível global, representa uma enorme oportunidade para o Haitong Bank. Em termos estratégicos, o banco pretende explorar os fluxos de negócio entre a China e a Europa e entre a China e a América Latina, capitalizando no seu posicionamento competitivo nesses mercados", realça o documento.

 

Na mensagem conjunta, Wu Min e Lin Yong referem ainda que o Haitong Bank se assume como "um verdadeiro banco multinacional sediado em Lisboa". "A nossa equipa apresenta uma combinação única de legados europeus, asiáticos e latino-americanos. Esta diversidade cultural traduz-se em claras vantagens competitivas na forma como identificamos oportunidades, compreendemos os nossos clientes e analisamos as diferentes exposições ao risco. Esta diversidade está igualmente patente no conselho de administração do Banco", destacam.

Com efeito, desde que integrou o grupo chinês Haitong, por intermédio da venda pelo antigo accionista Novo Banco, o ex-BESI tem estado em reestruturação, deixando de se focar em vários negócios e centrando-se na China, Península Ibérica, Polónia, Brasil e mercados emergentes. Os prejuízos têm sido frequentes e só no segundo semestre deste ano é que o banco nacional antecipa atingir o "break-even operacional", ou seja, saindo dos prejuízos.

 

Em 2017, o banco foi alvo de um aumento de capital de 419 milhões de euros, disperso por diversas tranches ao longo do ano, a que foi obrigado por parte do Banco de Portugal no âmbito do exercício de avaliação e de supervisão (Step Test) realizado em 2016.


(notícia actualizada às 23:59)

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