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Há seis propostas para comprar a posição do Estado no Banif

As seis propostas que chegaram ao Banif vão "agora ser cuidadosamente analisadas pelo Banco e pelo Estado Português". O Santander e o Popular estão entre os potenciais compradores.

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O Banif recebeu seis propostas de compra. A gestão de Jorge Tomé vai agora analisar as ofertas de aquisição da participação de 60,5% que o Estado tem no banco sediado no Funchal. 

"Na sequência da comunicação do passado dia 11 de Dezembro através da qual o Banif tornou público que se encontrava em curso um processo formal e estruturado tendente à selecção de um investidor estratégico para adquirir a participação social detida pelo Estado Português no capital do Banco, vem o Banif agora informar terem sido recebidas, nesta data 6 (seis) propostas de aquisição da referida participação", indica o comunicado emitido pelo grupo no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. 

No comunicado, sobre as "propostas recebidas no âmbito de processo formal e estruturado tendente à selecção de um investidor estratégico", não são identificadas as entidades que apresentaram propostas. O Negócios já avançou, durante a tarde, que os bancos espanhóis Santander e Popular apresentaram propostas.

 

Entre os interessados, um grupo chinês, com sede em Hong Kong, que queria adquirir o grupo bancário, incluindo o veículo que vai concentrar a carteira de imóveis e o crédito imobiliário, pediu um alargamento do prazo limite para apresentação de ofertas até 23 de Dezembro. Não é claro se este se inclui no grupo de seis finalistas.
 

Era até às 20:00 desta sexta-feira, 18 de Dezembro, que os interessados tinham de entregar as propostas de compra pelo grupo financeiro, que poderiam ser ao banco como um todo ou apenas à unidade bancária ou ao veículo que fica com os activos imobiliários. No comunicado do banco, não é dito que activos os seis compradores querem efectivamente adquirir. Apenas se fala na participação estatal. 

De fora do negócio ficou a participada em Malta, alienada por 18,4 milhões de euros, a um comprador não identificado publicamente.  

 

Concluir negócio o mais rapidamente possível

 

Segundo o documento da gestão de Jorge Tomé, as propostas vão "agora ser cuidadosamente analisadas pelo banco e pelo Estado Português". Ou seja, pela administração mas também pelo Tesouro, o accionista maioritário. 

A gestão do banco pretende tomar uma decisão sobre o comprador o mais rapidamente possível. Já a conclusão do negócio pode ocorrer até ao final de Março, de acordo com o calendário já aprovado pela Comissão Europeia (CE), como noticiou o Diário Económico.

 

O preço oferecido deverá ser o principal critério para a selecção do futuro dono do Banif, apesar de as regras do processo de venda não fazerem qualquer referência nesse sentido. Outra das preocupações deverá ser conseguir alienar a totalidade dos activos do banco. 

 

Porque o Banif tem de ser vendido 

As acções do Banif foram suspensas esta quinta-feira, pelas 14:00, quando os títulos estavam a avançar 45,45% para 0,2 cêntimos. No anúncio da CMVM, era dito que a suspensão dos títulos mantém-se "até à prestação de informação relevante relativa ao processo de venda voluntária do mesmo".


O banco encontra-se em processo de venda acelerada, procurando um comprador para a posição estatal de 60,5%, para dar por concluída a investigação aprofundada da Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, que averigua se a ajuda estatal recebida em 2012, de 1,1 mil milhões de euros, vai contra as regras concorrenciais comunitárias.

 

O Banif recebeu 1,1 mil milhões de euros, 700 milhões em acções (que ditaram a participação actual de 60,5%) e 400 milhões de euros em instrumentos híbridos chamados de CoCos (o banco pagou 275 milhões mas falhou o pagamento de 125 milhões). Foi o falhanço deste pagamento que desencadeou a investigação de Bruxelas.

 

Sem a venda, através da qual o Tesouro deixa de ser accionista, continua a investigação que já tomou conclusões negativas sobre a operação, o que pode colocar o banco na necessidade de uma intervenção – incluindo uma resolução, como admitiu o próprio banco no relatório e contas dos primeiros nove meses do ano.

O primeiro-ministro António Costa e o próprio Jorge Tomé já assumiram que o preço da venda poderá ser afectado negativamente pelo carácter acelerado do processo, o que poderá ter riscos para o contribuinte. O mesmo líder do Executivo e o Banco de Portugal defendem, igualmente, que os depósitos estão totalmente garantidos (António Costa assegura a protecção, independentemente da dimensão).Esta sexta-feira, antes de se conhecerem as seis propostas pelo banco, o primeiro-ministro disse que esperava que houvesse compradores para evitar um Orçamento Rectificativo para 2015. 

(Notícia actualizada pela última vez com mais informações pelas 21h35)

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