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Grupo chinês que queria comprar o Novo Banco recebe ajuda pública

O grupo chinês Anbang, que foi apontado como candidato à compra do Novo Banco, anunciou na quarta-feira que vai receber 9,6 mil milhões de dólares (7,8 mil milhões de euros) em ajuda pública.

Reuters
04 de Abril de 2018 às 08:27
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Em Fevereiro passado, os reguladores chineses assumiram as operações do Anbang Insurance Group, depois de uma vaga de aquisições por todo o mundo ter suscitado dúvidas sobre a origem do dinheiro e a sustentabilidade do grupo.

O fundador da Anbang, Wu Xiaohui (na foto), foi a julgamento, na semana passada, por acusações de fraude e uso da sua posição em benefício próprio.

A indústria dos seguros na China foi nos últimos dois anos abalada por vários casos de fraude. Em Setembro passado, o anterior director da Comissão Reguladora de Seguros da China foi julgado por receber subornos, enquanto executivos do sector foram punidos por corrupção e má gestão.

A injecção de dinheiro público vai ajudar a Anbang a "manter estáveis as suas operações", segundo um comunicado difundido no seu 'site' oficial.

A operação significa que o Estado chinês passa a deter uma posição de 98% na empresa, através de um fundo público, retirando a maioria das acções detidas por Wu e outros accionistas.

O Partido Comunista Chinês (PCC) apontou a redução dos riscos financeiros como uma prioridade para este ano, depois de um 'boom' do crédito no país ter levado agências de rating a reduzir a nota da dívida chinesa.

Em Agosto de 2015, o grupo Anbang não conseguiu chegar a acordo com o Banco de Portugal para a compra do Novo Banco, numa corrida em que participaram também os chineses do Fosun e o fundo de investimento norte-americano Apollo.

Wu, cuja empresa se tornou mundialmente famosa, em 2014, ao comprar o icónico hotel de Nova Iorque Waldorf Astoria, por 1.950 milhões de dólares, é um dos multimilionários mais conhecidos da China. A sua mulher é neta de Deng Xiaoping, o "arquitecto-chefe das reformas económicas" que abriram o país asiático à economia de mercado.

Está acusado de infringir os limites de capital estipulados pelos reguladores, ao captar 724 mil milhões de yuan (quase 93 mil milhões de euros) a partir de 10,6 milhões de investidores.

A televisão estatal chinesa difundiu na semana passada imagens de Wu, em tribunal, a admitir ter cometido fraude, mas o veredicto não foi ainda anunciado.

Criada em 2004, com sede em Pequim, a Anbang tem mais de 30 mil trabalhadores e activos no valor de 227 mil milhões de euros, segundo o seu 'site' oficial.
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