Notícia
Fundador de grupo chinês que queria o Novo Banco admite ter cometido fraude
O fundador do grupo Anbang, que foi apontado como candidato à compra do Novo Banco, declarou-se culpado de fraude no valor de 75.200 milhões de yuan (9.700 milhões de euros), informou esta quinta-feira a imprensa chinesa.
29 de Março de 2018 às 07:34
Wu Xiaohui foi detido em 2017 e, em Fevereiro passado, o regulador chinês assumiu as operações do Anbang Insurance Group, depois de uma vaga de aquisições por todo o mundo ter suscitado dúvidas sobre a origem do dinheiro e a sustentabilidade do grupo.
Segundo um comunicado do Tribunal Popular Intermédio Nr.1 de Xangai, onde Wu compareceu na quarta-feira, o empresário é acusado de ter usado a Anbang para angariar fundos de forma fraudulenta e de abusar do seu cargo em benefício próprio.
O magnata possuía e controlava mais de 200 empresas que detinham participações na Anbang, de forma a assegurar um "controlo absoluto" sobre o grupo.
Em 2011, por decisão de Wu, a seguradora lançou um novo produto para investidores e falsificou documentos para obter a aprovação da Comissão Reguladora de Seguros da China.
O regulador impôs limites às vendas daquele produto, com base no estado financeiro da Anbang, mas Wu emitiu relatórios de contas falsos para convencer os investidores da sustentabilidade do grupo.
Até Janeiro passado, aquele produto captou 724 mil milhões de yuan (mais de 93 mil milhões de euros) a partir de 10,6 milhões de investidores, superando os limites de capital estipulados pelos reguladores.
Segundo o tribunal, Wu usou 65.200 milhões de yuan (mais de 8 mil milhões de euros) para investir em projectos, saldar dívidas e "levar um estilo de vida luxuoso".
A mesma nota detalha ainda que Wu ordenou altos executivos da empresa a destruírem informação para encobrir os seus crimes.
A maioria dos julgamentos na China decorre num único dia, mesmo para casos complexos envolvendo crimes económicos. Os veredictos são normalmente emitidos num espaço de dias ou semanas.
Em Agosto de 2015, o grupo Anbang não conseguiu chegar a acordo com o Banco de Portugal para a compra do Novo Banco, numa corrida em que participaram também os chineses do Fosun e o fundo de investimento norte-americano Apollo.
Wu, cuja empresa se tornou mundialmente famosa, em 2014, ao comprar o icónico hotel de Nova Iorque Waldorf Astoria, por 1.950 milhões de dólares, é um dos multimilionários mais conhecidos da China. A sua mulher é neta de Deng Xiaoping, o "arquitecto-chefe das reformas económicas" que abriram o país asiático à economia de mercado.
A indústria dos seguros na China foi nos últimos dois anos abalada por vários casos de fraude. Em Setembro passado, o anterior director da Comissão Reguladora de Seguros da China foi julgado por receber subornos, enquanto executivos do sector foram punidos por corrupção e má gestão.
Criada em 2004, com sede em Pequim, a Anbang tem mais de 30 mil trabalhadores e activos no valor de 227 mil milhões de euros, segundo o seu 'site' oficial.
Segundo um comunicado do Tribunal Popular Intermédio Nr.1 de Xangai, onde Wu compareceu na quarta-feira, o empresário é acusado de ter usado a Anbang para angariar fundos de forma fraudulenta e de abusar do seu cargo em benefício próprio.
Em 2011, por decisão de Wu, a seguradora lançou um novo produto para investidores e falsificou documentos para obter a aprovação da Comissão Reguladora de Seguros da China.
O regulador impôs limites às vendas daquele produto, com base no estado financeiro da Anbang, mas Wu emitiu relatórios de contas falsos para convencer os investidores da sustentabilidade do grupo.
Até Janeiro passado, aquele produto captou 724 mil milhões de yuan (mais de 93 mil milhões de euros) a partir de 10,6 milhões de investidores, superando os limites de capital estipulados pelos reguladores.
Segundo o tribunal, Wu usou 65.200 milhões de yuan (mais de 8 mil milhões de euros) para investir em projectos, saldar dívidas e "levar um estilo de vida luxuoso".
A mesma nota detalha ainda que Wu ordenou altos executivos da empresa a destruírem informação para encobrir os seus crimes.
A maioria dos julgamentos na China decorre num único dia, mesmo para casos complexos envolvendo crimes económicos. Os veredictos são normalmente emitidos num espaço de dias ou semanas.
Em Agosto de 2015, o grupo Anbang não conseguiu chegar a acordo com o Banco de Portugal para a compra do Novo Banco, numa corrida em que participaram também os chineses do Fosun e o fundo de investimento norte-americano Apollo.
Wu, cuja empresa se tornou mundialmente famosa, em 2014, ao comprar o icónico hotel de Nova Iorque Waldorf Astoria, por 1.950 milhões de dólares, é um dos multimilionários mais conhecidos da China. A sua mulher é neta de Deng Xiaoping, o "arquitecto-chefe das reformas económicas" que abriram o país asiático à economia de mercado.
A indústria dos seguros na China foi nos últimos dois anos abalada por vários casos de fraude. Em Setembro passado, o anterior director da Comissão Reguladora de Seguros da China foi julgado por receber subornos, enquanto executivos do sector foram punidos por corrupção e má gestão.
Criada em 2004, com sede em Pequim, a Anbang tem mais de 30 mil trabalhadores e activos no valor de 227 mil milhões de euros, segundo o seu 'site' oficial.