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Governo alterou legislação que possibilitou resgate porque "é responsável"
Maria Luís Albuquerque defendeu que foram aprovados diplomas sobre resolução, antes do anúncio do Banco de Portugal, para que estivesse preparado para o momento "em que alguma intervenção [pudesse] ser necessária".
Várias foram as notícias que deram conta que, nos últimos dias antes da decisão do Banco de Portugal sobre a resolução a aplicar ao Banco Espírito Santo, o Governo alterou a legislação relativa à resolução na banca. A ministra das Finanças diz que tal foi feito por o Executivo ser um "legislador nacional".
"Qualquer legislador responsável que detém autorização dada por esta casa [Assembleia da República], no momento em que alguma intervenção possa vir a ser necessária e determinada pelo Banco de Portugal, tem de garantir que toda a legislação necessária esteja disponível e preparada para que se possa escolher entre as melhores opções", declarou a ministra das Finanças na comissão permanente do Parlamento, o órgão que substitui o plenário.
A governante justificou que "há mais de dois anos" que se está a fazer a "transposição para a legislação nacional de todo o novo enquadramento europeu". Há uma legislação europeia que define medidas de resolução de bancos a cargo do sector financeiro, evitando encargos sobre os contribuintes. Foi ela que foi aplicada sobre o BES, transferindo os recursos e activos para um banco de transição, o Novo Banco, com excepção de alguns activos considerados problemáticos.
Pedro Silva Pereira acusou na quarta-feira o Governo de estar já a preparar o resgate ao BES há já vários dias, tendo em conta a legislação que foi aprovada na quinta-feira passada, 31 de Julho, em conselho de ministros, e também no fim-de-semana. Diplomas que foram logo autorizadas pelo Presidente da República, Cavaco Silva.