A vice-primeira-ministra espanhola, Nadia Calviño, pediu aos bancos para que aumentem os juros pagos pelos depósitos, refletindo assim os aumentos das taxas de juro diretoras levados a cabo pelo Banco Central Europeu (BCE).

"Não tenho dúvida nenhuma de que o setor bancário espanhol tem de começar a transmitir a subida das taxas de juro, em benefício dos clientes e dos cidadãos espanhóis", afirmou a também ministra dos Assuntos Económicos, durante as jornadas organizadas pela associação de jornalistas espanhóis de economia (APIE), esta segunda-feira.

Durante o encontro, o presidente do BBVA, Carlos Torres Vila, anunciou que este tema será discutido na próxima reunião das lideranças de vários bancos espanhóis, agendada para o próximo dia 29 de junho.

Apesar da ordem de trabalhos deste encontro estar centrada nas dificuldades vividas pelas famílias mais vulneráveis, no que toca ao pagamento de empréstimos bancários, "naturalmente, nessa reunião também vamos falar da remuneração dos depósitos".

"É evidente que perante a subida das taxas de juro, os bancos têm de começar a remunerar adequadamente os depósitos dos cidadãos", rematou.

O apelo feito agora pela vice-primeira ministra espanhola aos bancos espanhóis replica o que já feito também pelo banco central do país.

Em Espanha (casa-mãe de várias instituições financeiras a operar em Portugal), a média dos juros pagos pelos depósitos está nos 1,41%. Portugal está mais abaixo, sendo o segundo que menos remunera os depósitos na Zona Euro.

Esta situação levou mesmo o próprio Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a apelar para que os bancos meditem sobre a corrida aos certificados de aforro e façam um "esforçozinho" para melhorar as remunerações dos depósitos.