Notícia
Porque não sobem os juros dos depósitos? Espanha investiga e admite mudar a lei
Depois de um apelo, mal recebido pelo setor, para subir os juros dos depósitos em linha com os aumentos das taxas de juro diretoras levadas a cabo pelo BCE, o governo espanhol encomendou um estudo e não fecha a porta a mudanças na lei.
A vice-primeira-ministra espanhola mandatou a Comissão Nacional dos Mercados e da Concorrência (na sigla espanhola CNMC), para que investigue se "há fatores que estão a afetar os incentivos da banca para remunerar os depósitos", segundo declarações de Nadia Calviño, citada pelo jornal castelhano Cinco Dias.
A pesquisa conta com a colaboração do Banco de Espanha. A também governante com a pasta da economia não fechou a porta a mudanças na lei de forma a permitir o aumento dos juros pagos pelos depósitos. "Demos este estudo à Concorrência e depois, eventualmente, vamos ver se é necessária alguma alteração legislativa", avançou Nadia Calviño.
Atualmente as instituições financeiras espanholas (casa-mãe de várias instituições financeiras a operar em Portugal) pagam um juro médio de 1,33% pelos novos depósitos a prazo até um ano, muito abaixo da média de 2,27% da Zona Euro e longe dos 3,11% aplicados pela banca italiana (3,11%) e França (3,03%), segundo os dados mais recentes do BCE, publicados em abril.
Portugal está mais abaixo, sendo o segundo que menos remunera pelos depósitos.
Em meados deste mês, a a vice-primeira-ministra espanhola já tinha pedido aos bancos para que aumentem os juros pagos pelos depósitos, refletindo assim os aumentos das taxas de juro diretoras levados a cabo pelo Banco Central Europeu (BCE).
O setor respondeu ao apelo frisando que quem toma estas decisões são os bancos, mediante o contexto económico e financeiro de cada momento.