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GamaLife agrava prejuízo para 50,3 milhões no 1.º semestre

A seguradora GamaLife, antiga GNB Vida, totalizou 50,3 milhões de euros de prejuízo no primeiro semestre, montante que compara com perdas de 21,1 milhões de euros registadas em igual período do ano anterior, indicou esta terça-feira a companhia presidida por Matteo Castelvetri.

25 de Agosto de 2020 às 18:40
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"O resultado da companhia de -50,3 milhões de euros deveu-se principalmente a perdas relacionadas com produtos em carteira de taxas garantidas elevadas, perdas sinalizadas na carteira de ações e à provisão para compromissos de taxa", lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Nos primeiros seis meses do ano, o volume de negócios ascendeu a 143,1 milhões de euros, menos 53,6% do que em igual período do ano anterior.

Por sua vez, os prémios adquiridos (seguro direto e resseguro aceite) cederam 61,7% para 98,2 milhões de euros.

Os custos com sinistros (líquidos de resseguros) fixaram-se, no período em causa, em 78,9 milhões de euros negativos, um valor superior à perda de 63,8 milhões de euros apurada em igual período de 2019.

Já a atividade financeira líquida da empresa recuou de 2,7 milhões de euros, entre janeiro e junho de 2019, para um prejuízo de 21 milhões de euros no primeiro semestre de 2020.

"Durante o primeiro semestre de 2020, os capitais próprios da companhia diminuíram de 298 milhões de euros para 206 milhões de euros, evidenciando um decréscimo de 57 milhões de euros nas reservas de reavaliação e um resultado contabilístico de -50,3 milhões de euros", apontou.

A dívida subordinada da GamaLife, por seu turno, situou-se nos 90 milhões de euros negativos, um valor estável, pelo menos, desde junho de 2019.

No mesmo documento, a empresa notou que a sua carteira sofreu "a volatilidade e turbulência financeira em março e abril", começando a recuperar no final do 2.º trimestre.

"O bom comportamento das curvas de rendimento dos países periféricos em carteira, Itália, Espanha e Portugal, contribuiu positivamente para os retornos esperados dos ativos sem a necessidade de reduzir tais posições no momento mais intenso do impacto do coronavírus. A alocação ao mercado acionista foi cortada por razões conservadoras e prudentes, num contexto de preservação do valor da carteira", sublinhou.

A seguradora GNB Vida (agora designada GamaLife) foi vendida em outubro de 2019 a fundos geridos pela Apax Partners, com um desconto de 68,5% face ao valor contabilístico inscrito no balanço de 30 de junho daquele ano, escreveu, em 10 de agosto, o jornal Público.

A operação "gerou uma perda para a instituição financeira de 268,2 milhões de euros" e serviu para o presidente do Novo Banco, António Ramalho, "justificar novo pedido de injeção de dinheiros públicos", explicou a mesma publicação.

No mesmo dia, o Fundo de Resolução, entidade na esfera do Banco de Portugal (BdP) que detém 25% do Novo Banco, afirmou que o montante da venda da seguradora GNB Vida refletiu "o valor de mercado" da empresa, à data.

De acordo com o Fundo de Resolução, entidade na esfera do Estado e que conta para o défice, "a venda da participação detida pelo Novo Banco na GNB Vida era um imperativo ditado pelos compromissos assumidos pelo Estado Português junto da Comissão Europeia", tendo de ser feita até ao final de 2019.


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