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Fraude no HBOS dá até 15 anos de prisão a banqueiros e empresários

Dois funcionários do banco, um consultor, um empresário e um contabilista estão entre os condenados à cadeia esta quinta-feira por participarem num esquema de troca de clientes pelo pagamento de vantagens.

Reuters
02 de Fevereiro de 2017 às 18:08
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Seis pessoas, entre as quais dois banqueiros do britânico HBOS, foram esta quinta-feira, 2 de Fevereiro, condenadas a penas de prisão pela fraude de 245 milhões de libras (226,7 milhões de euros à cotação actual) que prejudicou o banco e clientes entre 2003 e 2007.


Em causa estava um esquema em que consultores alegadamente beneficiavam os banqueiros com o pagamento de férias no estrangeiro, participação em festas, serviços de prostituição e com dinheiro em troca da intermediação de contactos com empresas em dificuldades.


Essas companhias, clientes do banco, teriam de contratar serviços de uma consultora específica para poderem aceder a créditos do banco. Apesar de terem pago elevados montantes pelo serviço, muitas das empresas acabaram por falir, com o inerente prejuízo para os proprietários e empregados.


A pena mais pesada, de 15 anos, foi aplicada ao consultor David Mills pelo seu papel no esquema fraudulento. Lynden Scourfield e Mark Dobson, antigos empregados do HBOS (que operava, como marca, o Bank of Scotland), foram condenados a 11 anos e três meses e quatro anos e meio de cadeia, respectivamente, por abuso de poder.


Outros três arguidos - o empresário têxtil Michael Bancroft, o contabilista John Cartwright e a mulher de David Mills – foram condenados a penas de prisão entre três anos e meio e dez anos.


Ao fim de um julgamento que durou cinco meses, o juiz Martin Beddoe acusou Scourfield de ter "vendido a alma" a Mills (o "diabo") em troca de "sexo e viagens de luxo", refere o The Guardian.

A sala do julgamento estava repleta de prejudicados pela fraude, que reagiram com aplausos à medida que as sentenças iam sendo aplicadas. Além das penas de prisão, Mills ficou impedido de assumir funções de liderança em empresas por 12 anos, Scourfield por nove anos e Bancroft por 15 anos.


O episódio de fraude coincidiu com alguns dos anos problemáticos do HBOS, banco que acabou por ser socorrido em 2008 pelo seu rival, o Lloyds, banco que mais tarde também necessitou de ser resgatado pelo Estado.

Os lesados pela fraude querem agora que o Lloyds responda pelas perdas impostas pelo HBOS. O banco liderado pelo português Horta Osório disse esta semana, em comunicado, que vai analisar nova informação que tenha surgido durante o julgamento.

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