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Fitch sobe rating do BCP e deixa banco a um nível de sair do lixo
A Fitch reviu em alta o rating a longo prazo do BCP de BB para BB+. O "outlook" mantém-se "estável".
A Fitch reviu em alta o rating do BCP para BB+, ou seja, para o primeiro nível de lixo, estando por isso a um degrau de ser considerado um investimento de qualidade, tanto do rating de longo prazo como o de viabilidade.
Ambos estavam anteriormente em BB. Por sua vez, o "outlook" mantém-se "estável".
A agência de notação financeira salienta que este "upgrade" reflete "sobretudo a melhoria da qualidade dos ativos do banco, que agora está mais próxima dos pares com classificação mais alta". Ainda assim, "o índice de ativos problemáticos permanece ligeiramente acima da média dos bancos do sul da Europa".
Além disso apesar de "a capitalização do grupo ter melhorado", "continua exposta aos custos dos litígios", referentes ao caso dos empréstimos em francos suíços em que está envolto o polaco Bank Millenium – detido em em 50,1% pelo BCP.
A conversão de créditos em francos suíços para a moeda local, o zloty, é uma questão que se prolonga há vários anos.
Mais recentemente, em 2021, um tribunal de Varsóvia pediu a opinião dos juízes europeus sobre se os bancos podiam continuar a cobrar a estes clientes, que tem sido uma das formas da indústria bancária recuperar taxas de juro e comissões perdidas com estes empréstimos.
Ainda assim "esta fragilidade no rating relativamente aos seus pares é atenuada pela resiliente rentabilidade antes de imparidades devido à sólida eficiência nos custos e ao ‘franchise’ da banca a retalho, líder em Portugal".
Rating do Bank Millenium a dois níveis de sair do lixo
Além do BCP, a Fitch pronunciou-se sobre a dívida sénior não preferencial (SNP) em zlotys que vai ser emitida pela primeira vez pelo Bank Millenium.
A agência de rating norte-americana colocou a SNP do banco polaco em BB, a dois níveis de sair de lixo.
Por sua vez, a classificação do Bank Millennium manteve-se em BB e com "outlook" "estável".
Estas classificações refletem "as pressões de capital que se devem sobretudo à exposição acima da média a instrumentos alvo de intervenção governamental ou judicial, o que afeta negativamente a rentabilidade", explica a Fitch.
Por outro lado, a agência de notação financeira destaca o "sólido ‘franchise’", assim como a razoabilidade do "core" da rentabilidade do banco polaco, a par da "qualidade dos ativos" e do "sólido perfil de liquidez e financiamento".
(Notícia atualizada às 18h04m).