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Fino: Investifino “não existe” e não tem como pagar o que deve à CGD
A Investifino deve mais de 200 milhões de euros à CGD. Mas não tem como liquidar esta dívida, garante José Manuel Fino, filho do empresário Manuel Fino. Da holding, diz, nada sobrou.
José Manuel Fino, filho de Manuel Fino, afirma que a Investifino deixou de existir. E que não tem como pagar o que ainda deve à Caixa Geral de Depósitos (CGD), um valor que supera os 200 milhões de euros.
Questionado sobre o que é hoje a Investifino, José Manuel Fino (à direita na foto) responde: "não existe". A declaração foi feita na audição na comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD, esta terça-feira, 14 de maio.
É esta ausência de património que impossibilita a empresa de pagar o que ainda deve ao banco estatal. De acordo com o filho do empresário, citando os últimos dados a que teve acesso, o total das dívidas ao banco estatal é de cerca de 259 milhões de euros. Em 2008, este montante superava os 500 milhões de euros, tal como o Negócios escreveu.
"Todo o património que existia foi dado como garantia". Ou seja, as ações da Cimpor e do BCP que serviam como colateral dos empréstimos contraídos por Manuel Fino junto da CGD.
A CGD concedeu crédito à Investifino em 2005 para a compra de ações da Cimpor e, em 2007, para financiar a aquisição de títulos do BCP.
Porém, com a desvalorização das ações e com as dificuldades financeiras da própria Investifino, Fino acabou por vender ao banco público a posição de 9,584% na cimenteira. Isto permitiu saldar parte da dívida contraída. O acordo de reestruturação dava ainda o direito ao empresário de, no prazo de três anos, recomprar a participação, algo que não aconteceu. A CGD acabou por, em 2012, vender na OPA que a brasileira InterCement lançou sobre a Cimpor as ações que detinha.
Os títulos foram vendidos a 5,5 euros e não aos 6,5 euros que a CGD determinava como o valor mínimos das ações. "Fomos surpreendidos pela CGD com o valor de 5,5 euros", afirmou José Manuel Fino, acrescentando que a "venda do lote de ações da Cimpor a 6,5 euros permitiria à Investifino reembolsar todos os investimentos na CGD". Algo que não aconteceu porque o banco público não aceitou prolongar a opção de recompra, tal como foi pedido pela empresa.