Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Fino atribui incumprimento da dívida à decisão "inusitada" da CGD de vender ações da Cimpor  

O filho de Manuel Fino, dono da Investifino, considera que se a CGD tivesse aceitado prolongar o prazo da opção de recompra das ações da Cimpor, além dos três anos definidos no acordo de reestruturação, a empresa teria conseguido cumprir as suas responsabilidades financeiras. 

14 de Maio de 2019 às 10:46
  • ...

José Manuel Fino, filho de Manuel Fino, considera que o empresário teria conseguido cumprir as suas obrigações financeiras caso a Caixa Geral de Depósitos (CGD) tivesse concordado com um prolongamento da opção de recompra das ações da Cimpor por parte da Investifino. O banco acabou por não aceitar e vender os títulos numa oferta pública de aquisição (OPA) em 2012.

 

"De forma totalmente imprevista e inusitada, a CGD decidiu imediatamente vender aquele bloco de ações da Cimpor nesta oferta, apesar de o preço ser reconhecidamente baixo", afirmou José Manuel Fino na audição da comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD. 

 

A CGD concedeu crédito à Investifino em 2005 para a compra de ações da Cimpor e, em 2007, para financiar a aquisição de títulos do BCP.

 

Porém, com a desvalorização das ações e com as dificuldades financeiras da própria Investifino, Fino acabou por vender ao banco público a posição de 9,584% na cimenteira. Isto permitiu saldar parte da dívida contraída. O acordo de reestruturação dava ainda o direito ao empresário de, no prazo de três anos, recomprar a participação, algo que não aconteceu. A CGD acabou por, em 2012, vender na OPA que a brasileira InterCement lançou sobre a Cimpor as ações que detinha.

 

Os títulos foram vendidos a 5,5 euros e não aos 6,5 euros que a CGD determinava como o valor mínimos das ações. "Fomos surpreendidos pela CGD com o valor de 5,5 euros", afirmou José Manuel Fino, acrescentando que a "venda do lote de ações da Cimpor a 6,5 euros permitiria à Investifino reembolsar todos os investimentos na CGD". Algo que não aconteceu porque o banco público não aceitou prolongar a opção de recompra, tal como foi pedido pela empresa. 

 

Esta operação "gerou uma mais-valia de aproximadamente 50 milhões de euros para a CGD", notou José Manuel Fino, explicando que, com esta OPA, a Investifino "viu-se forçada a vender as restantes ações que tinha na Cimpor". 

 

"Caso se tivesse mantido a possibilidade, a Investifino teria reduzido a dívida em 50 milhões de euros", notou o filho do empresário, garantindo que a empresa "cumpriu todas as obrigações com a Caixa". 

 

Além de José Manuel Fino, esteve ainda presente o outro filho, Francisco Manuel Fino, o advogado de ambos e um assessor financeiro. Isto numa sessão que, tal como aconteceu com Joe Berardo, obrigou à saída dos fotógrafos e câmaras, tendo a emissão sido feita apenas pelo canal do Parlamento. 

 

Ver comentários
Saber mais José Manuel Fino CGD OPA Caixa Geral de Depósitos Cimpor Investifino BCP InterCement
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio