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Fed aprova testes de stress de grandes bancos
A Reserva Federal (Fed) aprovou todos os planos de capital dos 18 maiores bancos dos EUA, autorizando-os a aplicar milhares de milhões de dólares em compras de ações próprias e dividendos, o que beneficia em particular os acionistas.
A Fed informou, esta quinta-feira, que aprovou os planos de capital dos 18 maiores bancos integrados nos testes de resiliência ('stress tests'). Isto significa que os bancos podem aumentar os seus dividendos e a compra de ações próprias e continuarem a possuir capital para sobreviver uma hipotética recessão forte no próximo ano.
Imediatamente depois do anúncio da Fed, os principais bancos começaram a apresentar os seus planos.
O JPMorgan, o maior banco dos EUA por ativos, revelou que tenciona comprar ações próprias no montante de 29,4 mil milhões de dólares (25,9 mil milhões de euros) e aumentar o seu dividendo em 12,5%, para os 90 cêntimos de dólar por ação.
Já o Wells Fargo anunciou planos para comprar 23,1 mil milhões de dólares de ações próprias em 2020 e aumentar o dividendo em 13,3%, para 51 cêntimos por ação. Este banco continua sob investigação das autoridades federais e estaduais por práticas bancárias abusivas.
Por seu lado, o Citigroup informou que iria comprar ações próprias no montante de 17,1 mil milhões de dólares em 2020 e que também tenciona aumentar o dividendo em 13,3%, para os 51 cêntimos por ação.
A Fed solicitou a um banco europeu, o Credit Suisse, que alterasse alguns pontos do seu plano de capital, que vai reanalisar dentro de quatro meses.
Os testes de stress promovidos pela Fed são obrigatórios desde a Grande Recessão, com base na lei Dodd Frank. Têm o objetivo de testar se um grande banco pode sobreviver a uma repentina degradação da conjuntura económica sem quebrar, como foi o caso há uma década.
Os bancos JPMorgan e Capital One viram os respetivos planos aprovados depois de terem sido corrigidos. Nas versões originais surgiam como subcapitalizados nos piores cenários.
A Fed ajusta os seus testes de resiliência todos os anos, em função do clima económico. Neste ano, no pior cenário, designado "severamente adverso", a Fed testou uma hipotética recessão global profunda, com a taxa de desemprego nos EUA a disparar dos atuais 4% para 10% e a bolsa a cair 50% do seu máximo.
A Reserva Federal também quis testar como os maiores bancos do país responderiam a uma queda acentuada dos preços no mercado imobiliário, bem como a uma pressão acrescida no mercado da dívida empresarial.
Vários economistas e executivos bancários têm alertado para o aumento substancial dos empréstimos a empresas com problemas, designados como empréstimos alavancados, como uma área de preocupação do sistema financeiro.