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Faria de Oliveira: "É tempo de acabar com este ruído ensurdecedor acerca da Caixa"

"Para além do seu programa de recapitalização, a Caixa precisa de estabilidade e de entrar em pleno funcionamento", defende o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, e ex-presidente do banco estatal, em entrevista ao Público.

Miguel Baltazar
17 de Novembro de 2016 às 09:21
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É preciso resolver rapidamente o impasse em torno da administração da Caixa Geral de Depósitos, defende o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB).

Em entrevista ao jornal Público esta quinta-feira, 17 de Novembro, Fernando Faria de Oliveira considera que a discussão sobre a entrega das declarações de rendimento no Tribunal Constitucional "não pode demorar muito mais tempo. O sistema financeiro e qualquer instituição do sistema financeiro necessita de estabilidade. Este ruído é muito negativo. É muito negativo para a Caixa e é muito negativo para o sector bancário".

Questionado sobre se os portugueses devem estar preocupados com a actual situação no banco público, o líder dos bancos aponta que a Caixa está a ser afectada negativamente.

"Todo o ruído acerca da Caixa Geral de Depósitos é extremamente negativo. Para além do seu programa de recapitalização, a CGD precisa de estabilidade e de entrar em pleno funcionamento. E este ruído ensurdecedor é profundamente negativo. É tempo de acabar com ele (...) e é chegada a hora de pôr um ponto final a todas estas questões".

Olhando para a lei de entrega de declarações, Faria de Oliveira considera que a "interpretação da lei apontará nesse sentido", isto é, a administração da Caixa tem mesmo de revelar os seus rendimentos ao TC.

E os administradores já deveriam ter entregue a declaração? "Não vou alimentar essa polémica porque sei que houve compromissos entre as partes. Não os conheço em detalhe e portanto não posso opinar (...) Vivemos um impasse porque alguma coisa não correu bem".

 

"Não conheço os termos em que as negociações entre o Governo e a equipa de gestão foram efectuadas (...) O que é fundamental e indispensável é terminar com esta matéria", sublinhou.

O antigo presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos aponta que esta matéria tem de ser resolvida através de "competência institucional", disse na entrevista ao Público.

Em primeiro lugar, o Governo deve "resolver o assunto em definitivo". Depois, os  administradores que foram convidados "em certas circunstâncias", devem-se "adaptar àquilo que poderemos designar que são os termos da lei".

E o impasse gerado com a entrega ou não de declaração de rendimentos, pode atrasar e prejudicar o plano de recapitalização da Caixa? "Espero que não. O conselho de administração está em funções e seguramente a trabalhar nesse sentido".

 
Fernando Faria de Oliveira defendeu também que os termos do processo de recapitalização só devem ser conhecidos "quando o conselho de administração e o accionista acharem oportuno fazer a divulgação".

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