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Família Espírito Santo e Crédit Agricole vão rever modelo de parceria

Por recomendação do Banco de Portugal, a famílias Espírito Santo e o seu parceiro histórico, Crédit Agricole, vão rever o seu modelo de parceria. A holding que concentra as participações, a BESPAR, deve acabar, estando o seu fim dependente apenas da aprovação dos accionistas.

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31 de Março de 2014 às 09:27
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Ricardo Salgado enviou esta segunda-feira um comunicado interno aos colaboradores do banco, em que “critica” fugas de informação incendiárias.

 

A família Espírito Santo e o Crédit Agricole, parceiro histórico do BES, vão alterar o modelo de parceria que os têm unido, o que levará à extinção da holding BESPAR, que hoje controla 35,3% do banco. Cada um destes investidores passa a ter participações accionistas directas na instituição.

 

Este cenário, avançado este fim-de-semana pelo “Expresso”, é confirmado por Ricardo Salgado num comunicado enviado esta segunda-feira, 31 de Março, aos trabalhadores em que se disponibiliza para prestar todos os esclarecimentos sobre a restruturação do grupo.


“Este fim-de-semana foi publicada uma informação relativa à possibilidade de extinção da BESPAR o que se traduziria em que tanto o GES como o Crédit Agricole passariam a ter participações directas no capital do BE. (…) Por outro lado, o BES passará a ser um banco mais ‘apetecível’ em termos de mercado de capitais. E um banco que é mais valorizado em termos de mercado de capitais é um banco que ganha graus de liberdade para corresponder cada vez melhor às expectativas dos seus clientes e dos seus colaboradores. A acontecer, será, portanto, uma evolução positiva e corresponde às recomendações da regulação. No entanto, a decisão de extinguir a BESPAR é uma decisão exclusiva dos accionistas e a ocorrer terá de ser devidamente comunicada ao mercado.”

 

Apesar de sublinhar que o BES e a área não financeira são de “dimensões empresariais diferentes”, jurídica e formalmente diferentes, Salgado presta ainda esclarecimentos sobre a reestruturação do GES, “que não será isenta de dor”.


“O GES está colocado perante a necessidade de fazer uma profunda reorganização e algumas mudanças estruturais. O modelo de organização em que o GES assentou tinha a sua razão de ser num processo histórico de todos conhecido e que começou há mais de 145 anos e que teve um momento fracturante em 1975 com as nacionalizações. Mas esse modelo está ultrapassado e o GES prepara-se para um novo horizonte de desenvolvimento. Entretanto, terá de fazer uma reestruturação que não será isenta de dor e que passa por dimensões de ‘deleverage’, de redução do perímetro de actuação em termos de sectores de actividade e de recapitalização.”

 

O presidente do BES adianta ainda que “este trabalho está a ser feito e haverá no curto prazo mais novidades sobre o GES”.

 

Salgado não deixa de realçar os aspectos positivos da actividade do banco, salientando que “os tempos que vivemos nos últimos anos têm sido muito exigentes e têm apelado ao melhor de nós, enquanto grupo, enquanto instituição, enquanto equipa. E temos sabido estar à altura desse desafio pesadíssimo que é simultaneamente um reflexo das dificuldades económicas que atravessamos e da importância de continuarmos a desempenhar o papel que nos cabe neste contexto enquanto instituição financeira de referência.”

 

“Independentemente do que alguns dos nossos detractores possam dizer, o BES está bem e recomenda-se”, sublinha.

 

(Notícia actualizada às 9h44 com mais declarações)

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