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Exposição "significativa" ao imobiliário ainda é um risco para a banca

Mesmo depois de anos de auditorias e de análise, o sector financeiro continua a estar excessivamente exposto ao mercado imobiliário. E, apesar da melhoria recente do sector, o Banco de Portugal não exclui novos impactos nos balanços dos bancos.

Bruno Simão/Negócios
12 de Novembro de 2014 às 13:54
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Um banco cede crédito a uma empresa de construção. Um banco cede créditos à habitação a famílias em que a garantia é o imóvel. Um banco tem uma carteira própria de imóveis, como os que herda de créditos à habitação não pagos. Um banco também tem participação em fundos de investimento imobiliário.

 

É uma "exposição significativa" aquela que os bancos e seguradoras têm face ao imobiliário, de acordo com o que o Banco de Portugal escreve no relatório de estabilidade financeira, publicado esta quarta-feira, 12 de Novembro. "A elevada exposição das instituições financeiras a activos imobiliários representa um risco adicional, que necessita ser monitorizado", indica o documento.

 

Por exemplo, os bancos detinham uma carteira, em termos brutos, de imobiliário avaliado em 8 mil milhões de euros e a exposição das instituições de crédito aos fundos de investimento imobiliário também tem crescido.  

 

Apesar desse aumento de exposição, há "sinais de recuperação registados no mercado imobiliário". O que traz algum alívio aos bancos. Os preços têm vindo a alinhar-se aos fundamentais, ou seja, não há, neste momento, uma bolha imobiliária. Algo a que não é alheio o facto de a economia estar, apesar de ligeiramente, a recuperar.

 

Mas não se pode dizer que os preços do imobiliário não venham a cair novamente. Aliás, essa evolução pode estar associada, segundo admite o próprio Banco de Portugal, "a um processo de ajustamento dos bancos que conduza a uma mais célere venda destes activos e/ou a uma possível situação económica e financeira mais adversa".

 

A acontecer esta queda de preços no imobiliário, o balanço dos bancos pode ressentir-se. Seja por perdas reais seja pela necessidade de constituir imparidades.

 

É nesse sentido que o regulador do sector financeiro diz que tem vindo a fazer análises desde 2011 que, contudo, não eliminaram os riscos, embora tenham obrigado bancos a colocar dinheiro de lado para precaver eventuais perdas futuras. A análise é para continuar.

 

"A elevada exposição ao risco imobiliário requer, assim, uma permanente monitorização das carteiras do sector bancário, através de inspecções regulares e abrangentes, e um adequado registo de imparidades, em linha com as acções que têm vindo a ser desenvolvidas pelo Banco de Portugal desde 2011 e com o exercício mais recentemente levado a cabo", conclui o documento.

 

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